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http://www.sbpcpe.org/index.php?dt=2012_08_16&pagina=noticias&id=07584
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AS GIGANTES DO PETRÓLEO ANUNCIAM: UMA NOVA ERA DE ENERGIA BARATA
Fonte: Najar Tubino, Carta Maior de 10.08.2012
O golpe é o mesmo, as petrolíferas estendendo a vida do combustível fóssil, no momento em que o mundo discute as suas sustentabilidades. Nada de investir em energias limpas, renováveis, o negócio é o gás de xisto. Ferve água, mistura areia e um coquetel de químicos e injeta abaixo do lençol freático. Lá estará o combustível, a módicos 55 a 65 dólares o barril de 158 litros. Nem perto dos seis dólares que custava a extração de um barril no Mar do Norte, uma das últimas descobertas da indústria, e que foi dividido entre Noruega e Grã-Bretanha.
O coquetel químico é segredo comercial diz a indústria. Mas um documentário circula na internet há mais de ano, contando as peripécias da extração do gás de xisto. Desde a água misturada com metano, até a explosão de banheiros, de casas, ou do fogo saindo de torneiras, sem contar a contaminação por metais pesados e o alto índice de sais na água que precisa jorrar para trazer o combustível.
A indústria chama a técnica de fratura hidráulica, mas de extração horizontal, envolvendo grandes áreas. No Texas, que segue expandido sua fama petrolífera, na localidade de Barnett Shale, entre os anos 2004-2010, o número de poços pulou de 400 para 10 mil. Nos Estados Unidos, são 22 mil poços em atividade. Dakota do Norte é outro estado explorador. Os americanos contabilizam U$465 bilhões em impostos até 2015. O Financial Times, do grupo de um pioneiro na exploração do petróleo da família Pearson, anuncia:
- Com a exploração de fontes não convencionais de petróleo acabou a expectativa de que os recursos estavam diminuindo. O gás de xisto poderá dominar a geração de energia no mundo.
Em 2011, os investimentos em energia solar, eólica, geomassa, biomassa, somaram US$260 bilhões no mundo, mas agora o instinto de manada, como diz um analista da Bloomberg New Energy Finance, está direcionado para o gás de xisto: a manada está enorme e no momento começa a se dirigir de maneira impensada para o gás de xisto. A manada são fundos de pensão, fundos de hedge, de private equity e outros tantos investidores e especuladores.
No ano passado a Royal Dutch Shell, conglomerado anglo-holandês voltou a ocupar a primeira posição no ranking das 500 maiores empresas do mundo, na frente da Walmart. Cresceu 28,1%, e faturou US$484 bilhões, com lucro líquido de US$30,9 bilhões, um aumento de 53,6%, na comparação com 2010. O segundo lugar ficou com a Exxon Mobil, que teve um lucro de US$41 bilhões, crescimento de 35%. É a crise financeira, um grande estimulante para as petrolíferas. A economia mundial entra em recessão, mas a bolsa vende commodities futuras, e os preços disparam. O petróleo não baixa dos 100 dólares o barril, ou algo parecido.
A última invenção que está sendo testada nas areias de piche de Alberta são enormes antenas infiltradas até o fundo do poço para irradiar calor e soltar o betume, um petróleo pesado e viscoso, que envolve uma soma trilionária de toneladas mais de 1 trilhão de barris. Dizem os especialistas que em Alberta existem mais de 400 bilhões de barris para serem recuperados. Os chineses querem tecnologia, porque também possuem imensas jazidas de xisto. O porta-voz financeiro americano, periódico The Wall Street Journal, propriedade de Rupert Murdoch, anuncia que os chineses veem procurando adquirir tecnologia de gás de xisto na esperança de reproduzir a revolução que pôs os Estados Unidos numa nova era de energia barata.
Os americanos ainda compram mais da metade do petróleo que consomem, cerca de 56%, sendo que 22% são oriundos do Canadá, 12% do México e 22% do Iraque. O Partido Republicano tem entre suas metas na campanha presidencial liderada pelo mórmon Mitt Romney, construir um oleoduto de Alberta até o Golfo do México, onde estão as refinarias. A outra meta é reduzir o preço da gasolina para US$2,50 dólares o galão (3,78 litros), que agora custa mais de quatro dólares em alguns estados. Os americanos pagaram em torno de US$1,50 o galão até o ano 2000. Somente a partir daí o petróleo e a gasolina começaram a aumentar.
No auge do neoliberalismo, final dos anos 1990, eles encontraram uma nova paixão: os utilitários esportivos, conhecidos mundialmente pela sigla SUV. No ano passado ainda compraram quatro milhões. Os chineses seguem a trilha, compraram dois milhões. E os brasileiros 256 mil. As montadoras estão um tanto quanto desencantadas com o Brasil, porque pretendiam vender cinco milhões de carros, nos próximos três anos média anual. O que representaria um aumento de 40%, tendo como base o último ano. De 1996 para cá, a frota brasileira dobrou de 17 milhões para pouco mais de 34 milhões de automóveis. A média de carro por habitante diminuiu de 9 para 5,5. Ainda estamos muito longe do 1,2 da média americana e 1,7 da média japonesa. A Agência Internacional de Energia prevê uma frota mundial de 1,7 bilhão de carros até 2035.
Aquecimento global, como insistem os americanos, não existe. Mudança climática provocada pela influência da civilização ocidental e seu modelo predador, também não existe. O que existe é ânsia dos consumidores pelo petróleo e seus derivados, que garantem o conforto nos lares, nos povos, a mobilidade, o lazer, a tranquilidade e a paz social. Mesmo que para isso tenhamos que invadir o Irã, nosso grande aliado até a década de 1970, quando também era o nosso maior comprador de armas. Que saudade do Xá Reza Pavlesi, nosso grande aliado por mais de 30 anos, suspiram os analistas estadunidenses
O coquetel químico é segredo comercial diz a indústria. Mas um documentário circula na internet há mais de ano, contando as peripécias da extração do gás de xisto. Desde a água misturada com metano, até a explosão de banheiros, de casas, ou do fogo saindo de torneiras, sem contar a contaminação por metais pesados e o alto índice de sais na água que precisa jorrar para trazer o combustível.
A indústria chama a técnica de fratura hidráulica, mas de extração horizontal, envolvendo grandes áreas. No Texas, que segue expandido sua fama petrolífera, na localidade de Barnett Shale, entre os anos 2004-2010, o número de poços pulou de 400 para 10 mil. Nos Estados Unidos, são 22 mil poços em atividade. Dakota do Norte é outro estado explorador. Os americanos contabilizam U$465 bilhões em impostos até 2015. O Financial Times, do grupo de um pioneiro na exploração do petróleo da família Pearson, anuncia:
- Com a exploração de fontes não convencionais de petróleo acabou a expectativa de que os recursos estavam diminuindo. O gás de xisto poderá dominar a geração de energia no mundo.
Em 2011, os investimentos em energia solar, eólica, geomassa, biomassa, somaram US$260 bilhões no mundo, mas agora o instinto de manada, como diz um analista da Bloomberg New Energy Finance, está direcionado para o gás de xisto: a manada está enorme e no momento começa a se dirigir de maneira impensada para o gás de xisto. A manada são fundos de pensão, fundos de hedge, de private equity e outros tantos investidores e especuladores.
No ano passado a Royal Dutch Shell, conglomerado anglo-holandês voltou a ocupar a primeira posição no ranking das 500 maiores empresas do mundo, na frente da Walmart. Cresceu 28,1%, e faturou US$484 bilhões, com lucro líquido de US$30,9 bilhões, um aumento de 53,6%, na comparação com 2010. O segundo lugar ficou com a Exxon Mobil, que teve um lucro de US$41 bilhões, crescimento de 35%. É a crise financeira, um grande estimulante para as petrolíferas. A economia mundial entra em recessão, mas a bolsa vende commodities futuras, e os preços disparam. O petróleo não baixa dos 100 dólares o barril, ou algo parecido.
A última invenção que está sendo testada nas areias de piche de Alberta são enormes antenas infiltradas até o fundo do poço para irradiar calor e soltar o betume, um petróleo pesado e viscoso, que envolve uma soma trilionária de toneladas mais de 1 trilhão de barris. Dizem os especialistas que em Alberta existem mais de 400 bilhões de barris para serem recuperados. Os chineses querem tecnologia, porque também possuem imensas jazidas de xisto. O porta-voz financeiro americano, periódico The Wall Street Journal, propriedade de Rupert Murdoch, anuncia que os chineses veem procurando adquirir tecnologia de gás de xisto na esperança de reproduzir a revolução que pôs os Estados Unidos numa nova era de energia barata.
Os americanos ainda compram mais da metade do petróleo que consomem, cerca de 56%, sendo que 22% são oriundos do Canadá, 12% do México e 22% do Iraque. O Partido Republicano tem entre suas metas na campanha presidencial liderada pelo mórmon Mitt Romney, construir um oleoduto de Alberta até o Golfo do México, onde estão as refinarias. A outra meta é reduzir o preço da gasolina para US$2,50 dólares o galão (3,78 litros), que agora custa mais de quatro dólares em alguns estados. Os americanos pagaram em torno de US$1,50 o galão até o ano 2000. Somente a partir daí o petróleo e a gasolina começaram a aumentar.
No auge do neoliberalismo, final dos anos 1990, eles encontraram uma nova paixão: os utilitários esportivos, conhecidos mundialmente pela sigla SUV. No ano passado ainda compraram quatro milhões. Os chineses seguem a trilha, compraram dois milhões. E os brasileiros 256 mil. As montadoras estão um tanto quanto desencantadas com o Brasil, porque pretendiam vender cinco milhões de carros, nos próximos três anos média anual. O que representaria um aumento de 40%, tendo como base o último ano. De 1996 para cá, a frota brasileira dobrou de 17 milhões para pouco mais de 34 milhões de automóveis. A média de carro por habitante diminuiu de 9 para 5,5. Ainda estamos muito longe do 1,2 da média americana e 1,7 da média japonesa. A Agência Internacional de Energia prevê uma frota mundial de 1,7 bilhão de carros até 2035.
Aquecimento global, como insistem os americanos, não existe. Mudança climática provocada pela influência da civilização ocidental e seu modelo predador, também não existe. O que existe é ânsia dos consumidores pelo petróleo e seus derivados, que garantem o conforto nos lares, nos povos, a mobilidade, o lazer, a tranquilidade e a paz social. Mesmo que para isso tenhamos que invadir o Irã, nosso grande aliado até a década de 1970, quando também era o nosso maior comprador de armas. Que saudade do Xá Reza Pavlesi, nosso grande aliado por mais de 30 anos, suspiram os analistas estadunidenses
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