Cerca de 200 ciganos foram desalojados quando a polícia francesa desmantelou o acampamento em Hellemmes e outro em Villeneuve d’Ascq, ambos na região de Lille, na quinta-feira de manhã. Na quarta-feira, um acampamento onde viviam cerca de 160 ciganos no 19º distrito de Paris. Três acampamentos na região de Lyon – um em Vaulx-em-Velin e dois em Villeurbanne – foram fechados desde domingo, afetando mais de 200 pessoas.
Após as ações, cerca de 240 foram postos em um avião no aeroporto da cidade de Saint-Exupery, depois de concordar em deixar a França mediante compensação financeira.
O ministro do Interior francês, Manuel Valls, disse em comunicado na quarta-feira que a Justiça ordenou que a remoção de acampamentos ilegais seja feita “com firmeza”. Ele disse ainda que acampamentos "anti-higiênicos" são inaceitáveis e representam uma ameaça à vida em comunidade em áreas das classes trabalhadoras, onde muitas vezes são criadas.
Valls ressaltou ainda que instruiu autoridades a consultar políticos locais e associações com visão para reacomodação de pessoas especialmente vulneráveis, como crianças e mulheres grávidas.
Governo anterior
Demolições de acampamentos ilegais e expulsões em 2010, levadas adiante pelo governo do ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy, suscitaram protestos na França e também por autoridades da Comissão Europeia.
Críticos dizem que o governo socialista do novo presidente francês, François Hollande, está copiando e “limpeza” feita sob a gestão de Sarkozy.
Para um ativista que se identificou como Jean-Philippe ao canal de TV France 3, esses retornos são “expulsões disfarçadas” e a compensação dada de 300 euros (R$ 751,7) por adulto é um gasto de dinheiro público, uma vez que esses ciganos podem retornar à França.
Grupos ativistas lembram que ciganos roma enfrentam discriminação em seus países de origem.
Apesar de serem cidadãos da União Europeia, já que a maioria vem da Romênia ou Bulgária, a legislação francesa exige que eles tenham uma permissão para trabalhar e que comprovem ter meios de se sustentar se forem permanecer no país por mais de três meses.
*Com BBC
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