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http://www.jornaloeste.com.br/?pg=noticia&idn=17895

Grito dos Excluídos prioriza a Luta pelo Assentamento das famílias do MST

Foto: Divulgação

O Grito dos Excluídos chegou a sua 17ª edição em Cáceres priorizando a luta pela Reforma Agrária. Essa foi uma decisão tomada pelo conjunto das entidades em reunião realizada no final do mês de julho, informa um dos organizadores do Grito do Excluídos. “O despejo das famílias sem terra da fazenda Rancho Verde ainda nem havia acontecido, mas já entendíamos naquele momento que não havia nenhum ponto a ser reivindicado tão forte quanto a divisão daquelas terras”, diz o vereador Alonso um dos articuladores do Grito.

“Nós fizemos o lançamento do Grito no dia 20 de agosto em frente ao INCRA de Cáceres, quando as famílias já estavam acampadas lá”, informa Pe. Salomão. Segundo os organizadores do Grito várias atividades antecederam a manifestação do dia 07 de setembro, uma delas foi a caminhada feita pelos acampados no dia 31 de agosto até a prefeitura de Cáceres, oportunidade em que foi assinado Termo de Compromisso visando um comodato de parte da fazenda Rancho Verde e a celeridade do processo de obtenção da fazenda por parte do INCRA.

Segundo os organizadores do Grito muitas outras atividades foram incorporadas à programação do Grito dos Excluídos desse ano, destacando-se: a realização da Conferência Territorial da Juventude Rural da Grande Cáceres, que foi realizada no dia 06 de setembro na Escola Estadual Onze de Março, o aniversário de 40 anos do sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais que foi comemorado durante a Assembléia do sindicato realizada entre os dias 06 e 07 de setembro e a feira Agricultura familiar que teve vários produtos dos assentamentos e comunidades rurais e contou com uma noite cultural com mais de 25 apresentações.

No dia 07 de setembro as entidades se organizaram e foram às ruas para falar dos problemas sociais enfrentados por uma grande parcela da sociedade, em especial à questão dos sem terras. “Havíamos feito um acordo de que a gente não iria parar em frente ao Palanque Oficial e que a gente só iria entrar depois de todo o desfile oficial para que pudéssemos falar a pauta do grito dos excluídos, chegamos a tirar os representantes para fazer o uso da fala e escolhemos duas pessoas que ficaram no palanque todo o tempo demonstrando que a gente estava ali para mostrar que ainda temos muito que conquistar em relação aos direitos sociais para que o Brasil seja realmente Independente. Quando os trabalhadores começaram a passar em frente ao palanque a palavra não foi dada, queria que a gente desse a pauta para ser lida pelo locutor oficial do evento, e não era isso que a gente tinha combinado, foi ai então que decidimos parar em frente ao palanque para falar com as autoridades. A sorte é que uma das entidades vinha com um carro de som ao fundo”, esclarece um dos organizadores.
Durante o ato em frente ao palanque os manifestantes gritaram palavras de ordem, cantaram musicas, abraçaram o palanque e fizeram falas apresentando a pauta dos trabalhadores. Por não terem falado no palanque os manifestantes começaram a falar para as autoridades descerem. O prefeito, secretários municipais e o Comandante da PM desceram do palanque e o prefeito municipal se comprometeu em continuar a intermediar o diálogo junto ao proprietário da fazenda Rancho Verde.

Na avaliação dos que participaram da manifestação o ato foi muito positivo, pois conseguiram colocar em evidência a necessidade de uma reforma agrária no município e a situação das famílias despejadas da fazenda Rancho Verde. Os trabalhadores e trabalhadoras foram despejadas desde o dia 03 de agosto e até o momento ainda não foi dado nenhum encaminhamento e parte das famílias ficaram no ginásio Didi Profeta e outra parte na sede do INCRA em Cáceres até a data de hoje quando ocuparam as margens da BR 070.

Por: Jornal Oeste em 10/09/2011 07:35:44