quinta-feira, 7 de julho de 2011

ROBERTO ROSSI 4/10

PARTE 4/10
Análise compreensiva da realidade mato-grossense
Roberto Rossi


Não é, porém, a esperança um cruzar de braços e esperar. Movo-me na esperança enquanto luto e, se luto com esperança, espero (Paulo Freire)


Sebastião Salgado (escola rural da Guatemala)
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IV. Forças políticas. Concepções e ideologias
A votação do Código Florestal ilustra como agem as forças políticas no Congresso e a partir de que interesses e concepções ideológicas. O caso do conflito em torno da votação do novo Código Florestal expressa a lógica da política brasileira contemporânea. Por exemplo, permitiu uma aliança considerada absurda por muitos como a que ocorreu entre o PCdoB e o DEM. Ambos fundamentam-se numa racionalidade produtivista que veem a natureza como fonte de crescimento econômico.

Curiosa é a posição do PT na votação do Código Florestal. O PT dividiu-se na votação do Código – dos 80 petistas, 35 votaram contra e 45 a favor. Bancada mato-grossense: todos votaram favoravelmente[1].

Além disso, cresce a descrença nas instituições políticas. O Estado, chamado democrático, já não consegue dar respostas às demandas pequenas ou grandes da população. Os poderes públicos deixaram de assumir as tarefas a eles designadas, sendo minados pelos interesses pessoais e de grupos econômicos, mostrando a quase impossibilidade deste mesmo Estado agir em função do bem comum, razão última de sua existência. O aparato burocrático constitui-se em instância “para si”, voltada para a busca de seus direitos e da manutenção do “status quo”. O aparato repressivo, determinado constitucionalmente para servir à segurança da população, mostra-se no mais das vezes ineficaz no cumprimento de sua função. A democracia é reduzida à sua formalidade e não possibilita mecanismos diretos de participação e decisão do povo nos rumos dos seus países.

Copa do Pantanal - 2014
Já começou o processo de desapropriações para as obras da copa. Para que ocorram as desapropriações, o primeiro passo é a justiça declarar, a pedido do Governo do Estado, a utilidade pública dessas áreas. Em seguida, começa o processo de indenização dos desalojados.

O consórcio Diefra/Cappe irá realizar estudos e o levantamento de pessoas que poderão ser desalojadas das áreas para as obras da copa. Esse levantamento vai custar R$ 3,5 milhões aos cofres públicos, mas esse é apenas um dos números milionários que o canteiro de obras da Copa está trazendo ao nosso cotidiano.

A Agecopa já foi criada com um orçamento de R$ 1 bilhão. A Arena Pantanal está orçada em R$ 353 milhões. A adequação da rua das Mangueiras vai custar R$ 965 mil. A duplicação da rua Barão de Melgaço R$ 2,916 milhões, da avenida Vereador Juliano Costa Marques R$ 2,933 milhões, da Jurumirim e construção de ponte sobre o Córrego Gumitá R$ 2,744 milhões, a duplicação da Avenida Senegal, R$ 2,885 milhões, e a duplicação da Avenida Doutor Meireles, R$ 6.496 milhões. Conforme a Agecopa, já está em execução também a obra de duplicação da Ponte Mário Andreazza, que liga Cuiabá a Várzea Grande. Este projeto faz parte da matriz de responsabilidades assumidas com a FIFA. Valor: R$ 11,5 milhões[2].



[1] Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br
[2] Keka Werneck. Disponível em: <http://www.centroburnier.com.br/index_visualizar.php?cn_id=182>

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