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http://site.adital.com.br/site/noticia.php?boletim=1&lang=PT&cod=79421
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15 mil Sem Terra fazem protesto pela Reforma Agrária Popular em Brasília
MST
Adital
Por Alan Tygel e Márcio Zonta
Da Página do MST
A Esplanada dos Ministérios foi tomada de vermelho na tarde desta quarta-feira, 12 de fevereiro. Os cerca de 15 mil camponeses que participam do VI Congresso do MST marcharam os 9 quilômetros de ida e volta que separam o ginásio Nílson Nelson e a Praça dos Três Poderes.
A manifestação pacífica teve como objetivo principal denunciar a paralisia da Reforma Agrária. "A Reforma Agrária no Brasil é uma vergonha. No último ano, foram assentadas 7 mil famílias, sendo que só o MST possui 90 mil famílias debaixo da lona preta. No total, são 150 mil famílias acampadas no Brasil, muitas delas há mais de 10 anos. Estamos aqui para denunciar que não estamos satisfeitos, e pedimos Reforma Agrária Popular já. Enquanto Dilma não atende os Sem Terra, dá dinheiro de mão beijada para o agronegócio e a Fifa”, afirmou Kelli Marfort, do setor de Gênero do MST.
O primeiro alvo da passeata foi a embaixada norte-americana [estadunidense]. Integrantes do MST colaram cartazes nos muros da embaixada pedindo liberdade aos cubanos presos nos EUA e dando apoio a todos os que lutam contra o império.
"A bandeira do terror está aqui, semeando o ódio em todo o mundo. Os verdadeiros terroristas são eles”, afirmou Ênio Bonenberg, dirigente do MST.
Em seguida, a marcha seguiu rumo ao Supremo Tribunal Federal, que recebeu a pacífica manifestação da maneira como costuma tratar a classe trabalhadora no Brasil. Bombas de efeito moral e gás de pimenta foram lançados contra a multidão que se acumulou em frente ao órgão federal.
O MST protestava contra a morosidade da justiça nos julgamentos de crimes cometidos no campo brasileiro, além do alto número de mortes nos últimos anos em conflitos agrários.
A postura de Joaquim Barbosa também foi lembrada pelos manifestantes, que em vários julgamentos costuma desencadear decisões políticas a favor de certos grupos, bem como gozar de privilégios por conta de seu cargo.
"É característico do comportamento do STF esse tipo de atitude, pois o MST sempre vem de maneira tranquila e organizada se manifestar, e criam algum tipo de provocação para nos deslegitimar. Vinte policiais agiram com brutalidade no meio de 15 mil pessoas para criar um fato político e legitimar a violência contra a gente”, reclama Fábio Tomas, do MST de São Paulo.
O músico paraense Rafael Lima, que acompanhava os integrantes do MST na manifestação em Brasília, repudiou a violência policial. "Esse tratamento da polícia contra os movimentos sociais é histórica no Brasil, basta lembrarem dos massacres de Eldorado de Carajás e Curumbiara.”, lamentou.
Enquanto parte dos manifestantes ficou em frente ao STF, o restante cruzou a Praça dos Três Poderes em direção ao Palácio do Planalto. Lá, foram recebidos da mesma forma. Para chamar a atenção de Dilma, a marcha do MST montou um acampamento de lona preta em frente ao local de trabalho da presidenta. Faixas enormes perguntavam: "Dilma, cadê a Reforma Agrária?”, e pediam que ela se libertasse do agronegócio.
Nesse momento, os integrantes do movimento avançaram em direção ao palácio, e a polícia utilizou spray de pimenta de forma generalizada, além de arma de choque e bombas. Quinze policiais atacaram os manifestantes que preparavam uma intervenção teatral. John Oliveira, de Ribeirão Preto, conta como começou a confusão:
"O ônibus com material da mística chegou e começamos a descer as cruzes. Os policiais viram, acharam que era uma coisa mais hostil e cercaram o ônibus. Na hora em que pegamos as cruzes, eles soltaram as balas de borracha. Eles bateram sem justificativa.”
Perguntado sobre o motivo da confusão, João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, explicou: "O primeiro motivo para o conflito é a não realização da Reforma Agrária. Em segundo lugar, temos uma polícia despreparada, ou muito preparada para gerar conflito. A polícia militar é responsável por tudo que aconteceu aqui.
Ou eles querem nos fazer de cobaia para treinar para a Copa do Mundo, ou então querem gerar conflito para desestabilizar o governador deles.”
No total, 12 manifestantes ficaram feridos, e um militante do MST foi preso. O ministro Gilberto Carvalho chegou a propor uma reunião com a presidenta Dilma nesta quinta-feira, 13, pela manhã. No entanto, devido ao comportamento hostil da polícia, a direção do movimento ainda vai decidir se aceita ou não.
Reforma Agrária Popular
O MST está em Brasília desde o começo da semana realizando o seu VI Congresso Nacional. Para os militantes do movimento, é de crucial importância fazer um protesto em Brasília nesse momento.
"Estamos vivendo um momento do agronegócio no país, que não produz alimentos e apenas nos permite consumir veneno. É importante vir à capital federal pautar a nossa Reforma Agrária, a Popular”, diz Edemilson Monteiro, militante do MST.
Para Rosa Andrade, que acompanhava o MST passar pelas ruas da cidade, a manifestação é uma forma do movimento dialogar com a população sobre o quanto a Reforma Agrária no Brasil se faz necessária.
"Não há desenvolvimento no país sem haver Reforma Agrária, e essa pauta do movimento, de uma Reforma Agrária onde todos devem participar é importante, porque todos dependem da produção dos alimentos desse homens e mulheres para viver”.
Da Página do MST
A Esplanada dos Ministérios foi tomada de vermelho na tarde desta quarta-feira, 12 de fevereiro. Os cerca de 15 mil camponeses que participam do VI Congresso do MST marcharam os 9 quilômetros de ida e volta que separam o ginásio Nílson Nelson e a Praça dos Três Poderes.
A manifestação pacífica teve como objetivo principal denunciar a paralisia da Reforma Agrária. "A Reforma Agrária no Brasil é uma vergonha. No último ano, foram assentadas 7 mil famílias, sendo que só o MST possui 90 mil famílias debaixo da lona preta. No total, são 150 mil famílias acampadas no Brasil, muitas delas há mais de 10 anos. Estamos aqui para denunciar que não estamos satisfeitos, e pedimos Reforma Agrária Popular já. Enquanto Dilma não atende os Sem Terra, dá dinheiro de mão beijada para o agronegócio e a Fifa”, afirmou Kelli Marfort, do setor de Gênero do MST.
O primeiro alvo da passeata foi a embaixada norte-americana [estadunidense]. Integrantes do MST colaram cartazes nos muros da embaixada pedindo liberdade aos cubanos presos nos EUA e dando apoio a todos os que lutam contra o império.
"A bandeira do terror está aqui, semeando o ódio em todo o mundo. Os verdadeiros terroristas são eles”, afirmou Ênio Bonenberg, dirigente do MST.
Em seguida, a marcha seguiu rumo ao Supremo Tribunal Federal, que recebeu a pacífica manifestação da maneira como costuma tratar a classe trabalhadora no Brasil. Bombas de efeito moral e gás de pimenta foram lançados contra a multidão que se acumulou em frente ao órgão federal.
O MST protestava contra a morosidade da justiça nos julgamentos de crimes cometidos no campo brasileiro, além do alto número de mortes nos últimos anos em conflitos agrários.
A postura de Joaquim Barbosa também foi lembrada pelos manifestantes, que em vários julgamentos costuma desencadear decisões políticas a favor de certos grupos, bem como gozar de privilégios por conta de seu cargo.
"É característico do comportamento do STF esse tipo de atitude, pois o MST sempre vem de maneira tranquila e organizada se manifestar, e criam algum tipo de provocação para nos deslegitimar. Vinte policiais agiram com brutalidade no meio de 15 mil pessoas para criar um fato político e legitimar a violência contra a gente”, reclama Fábio Tomas, do MST de São Paulo.
O músico paraense Rafael Lima, que acompanhava os integrantes do MST na manifestação em Brasília, repudiou a violência policial. "Esse tratamento da polícia contra os movimentos sociais é histórica no Brasil, basta lembrarem dos massacres de Eldorado de Carajás e Curumbiara.”, lamentou.
Enquanto parte dos manifestantes ficou em frente ao STF, o restante cruzou a Praça dos Três Poderes em direção ao Palácio do Planalto. Lá, foram recebidos da mesma forma. Para chamar a atenção de Dilma, a marcha do MST montou um acampamento de lona preta em frente ao local de trabalho da presidenta. Faixas enormes perguntavam: "Dilma, cadê a Reforma Agrária?”, e pediam que ela se libertasse do agronegócio.
Nesse momento, os integrantes do movimento avançaram em direção ao palácio, e a polícia utilizou spray de pimenta de forma generalizada, além de arma de choque e bombas. Quinze policiais atacaram os manifestantes que preparavam uma intervenção teatral. John Oliveira, de Ribeirão Preto, conta como começou a confusão:
"O ônibus com material da mística chegou e começamos a descer as cruzes. Os policiais viram, acharam que era uma coisa mais hostil e cercaram o ônibus. Na hora em que pegamos as cruzes, eles soltaram as balas de borracha. Eles bateram sem justificativa.”
Perguntado sobre o motivo da confusão, João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, explicou: "O primeiro motivo para o conflito é a não realização da Reforma Agrária. Em segundo lugar, temos uma polícia despreparada, ou muito preparada para gerar conflito. A polícia militar é responsável por tudo que aconteceu aqui.
Ou eles querem nos fazer de cobaia para treinar para a Copa do Mundo, ou então querem gerar conflito para desestabilizar o governador deles.”
No total, 12 manifestantes ficaram feridos, e um militante do MST foi preso. O ministro Gilberto Carvalho chegou a propor uma reunião com a presidenta Dilma nesta quinta-feira, 13, pela manhã. No entanto, devido ao comportamento hostil da polícia, a direção do movimento ainda vai decidir se aceita ou não.
Reforma Agrária Popular
O MST está em Brasília desde o começo da semana realizando o seu VI Congresso Nacional. Para os militantes do movimento, é de crucial importância fazer um protesto em Brasília nesse momento.
"Estamos vivendo um momento do agronegócio no país, que não produz alimentos e apenas nos permite consumir veneno. É importante vir à capital federal pautar a nossa Reforma Agrária, a Popular”, diz Edemilson Monteiro, militante do MST.
Para Rosa Andrade, que acompanhava o MST passar pelas ruas da cidade, a manifestação é uma forma do movimento dialogar com a população sobre o quanto a Reforma Agrária no Brasil se faz necessária.
"Não há desenvolvimento no país sem haver Reforma Agrária, e essa pauta do movimento, de uma Reforma Agrária onde todos devem participar é importante, porque todos dependem da produção dos alimentos desse homens e mulheres para viver”.
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