NOTA
DE REPÚDIO À NOMEAÇÃO DE JANETE RIVA PARA A SECRETARIA DE CULTURA NO ESTADO DE
MATO GROSSO
O Fórum de
Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso – FDHT/MT vem por meio desta denunciar a nomeação de Janete Riva
como secretária de Estado de Cultura, publicada no Diário Oficial, dia 15 de
janeiro do corrente ano, e reivindicar
ao governador Silval Barbosa (PMDB) a imediata
exoneração da mesma.
O nome de
Janete Riva foi incluído em julho de 2012 na conhecida ‘Lista Suja do Trabalho
Escravo’. Nesta lista, de acordo com a última atualização de 31/12/2012,consta
o nome de outros 408 empregadores já flagrados mantendo, no Brasil, essa
prática retrógrada escravagista, sendo 61 só em Mato Grosso, fato que coloca o
Estado entre os campeões.
Esta lista é mantida por portaria
conjunta do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República (SDH/PR), sendo que para a inclusão dos nomes
existe processo administrativo com contraditório e ampla defesa.
O motivo
da inclusão do nome de Janete Riva à lista é pelo crime efetuado em 2010, na fazenda
Paineiras, localizada no município de Juara, onde foram encontrados sete trabalhadores escravizados.
Convém
notar que o Estado brasileiro e o Estado de Mato Grosso efetivaram leis e ações
para banir absolutamente esta antiga vergonha nacional:
Lei Estadual
nº 8.600/2006, que“dispõe sobre a vedação
à formalização de contratos e convênios com órgãos e entidades da administração
pública do Estado de Mato Grosso e o cancelamento de concessões de serviço
público a empresas que, direta ou indiretamente, utilizem mão-de-obra em
situação análoga à de escravos na produção de bens e de serviços, e dá outras
providências”;
Lei
Federal nº. 6.454/77, com nova redação da Lei nº. 12.781/13 que veda “atribuir nome de pessoa viva ou que tenha se
notabilizado pela defesa ou exploração de mão de obra escrava, em qualquer
modalidade, a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às
pessoas jurídicas da administração indireta.”.
Assim, não
podemos admitir e aceitar que o Estado de Mato Grosso reconhecido nacionalmente
e internacionalmente na luta contra o trabalho escravo tenha como secretária
alguém que já foi flagrada praticando o crime da prática de trabalho escravo,
isso é no mínimo um contra senso, senão uma afronta aos que lutam para
erradicar essa chaga.
Diante
disso o Estado está moralmente impossibilitado de manter tal nomeação pelas suas
posições, reconhecidas nacionalmente, no combate ao trabalho escravo. Esta nomeação
vem a questionar as verdadeiras intenções do governo do Estado em relação ao
combate ao trabalho escravo e, simultaneamente, a desvalorizar as ações e
vitórias até aqui conseguidas com muito esforço de todas as entidades que lutam
pela erradicação do trabalho escravo.
Se não
mudarmos as práticas, de forma convicta e sem segundas intenções, não mudaremos
o mundo, transformando-o em lugar de respeito aos Direitos Humanos e bem viver
entre todos e todas.
Abaixo assinado por:
Fórum de Direitos Humanos e da Terra
Mato Grosso – FDHT/MT
Associação
Brasileira de Homeopatia Popular - ABHP
Associação Brasileira de Saúde Popular -ABRASP/BIO SAÚDE
Associação de Defesa dos Direitos do Cidadão - ADDC
Associação de Defesa dos Direitos Trabalho e Desenvolvimento
das Mulheres de Mato Grosso - ADDTD-Mulheres
Associação de Mulheres Construindo Cidadania - AMCC/Mulher
Associação de Mulheres Construindo Cidadania - AMCC/Mulher
Associação de
Mulheres Rurais Nova Galiléia - Amrung - Colider/MT
Associação
Matogrossense Divina Providência - AMDP
Associação
Matogrossense dos Auditores-fiscais do Trabalho- AMAFIT
Central Única
dos Trabalhadores do Estado de Mato Grosso – CUT/MT
Centro Burnier Fé e Justiça - CBFJ
Centro Ecumênico
de Estudos Bíblicos - CEBI- Setor 1
Centro Ecumênico de Estudos
Bíblicos - CEBI-MT
Centro de
Direitos Humanos Henrique Trindade - CDHHT
Centro de
Direitos Humanos João Bosco Burnier de Várzea Grande
Centro de Pastoral para Migrantes
Coletivo Jovem do Meio Ambiente de Mato Grosso – CJ-MT
Comissão
Pastoral da Terra – CPT/MT
Comunidades Eclesiais de Base - Cebs- RO2
Conselho Nacional do Laicato do Brasil - CNLB/MT
Conselho
Indigenista Missionário – CIMI/MT
Coordenação Estadual de Comunidades Quilombolas de MT
Escritório de Direitos Humanos da Prelazia de São Félix do
Araguaia
Federação de Assistência Social e Educacional -FASE
Fórum de Lutas de Cáceres - FLEC
Fórum Matogrossense de Meio ambiente e Desenvolvimento - FORMAD
Grupo de Estudo Educação Merleau-Ponty - GEMPO
Grupo de Pesquisa Movimentos Sociais e Educação - GPMSE
Grupo
Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte – GPEA/UFMT
Grupo de
Trabalho Mobilização Social - GTMS
Grupo Raízes
Instituto Humana Raça Fêmina - INHURAFE
Instituto
Caracol -IC
Movimento
Articulado de Mulheres da Amazônia - MAMA
Movimento de
Combate à Corrupção - MCCE/MT
Movimento
Nacional de Direitos Humanos - MNDH
Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra - MST/MT
Movimento
Organizado pela Cidadania e Moralidade Pública – MORAL
Rede
Mato-Grossense de Educação Ambiental- REMTEA
Sindicato dos
Jornalistas de Mato Grosso Sindjor-MT
Sociedade Fé e Vida
Temos sim que protestar veementemente e expressar nossa indignação a tamanha indignidade! Fora Janete Riva!
ResponderExcluirCylene Gama
Nosso protesto veemente contra mais esta indignidade, a nomeação de outra ficha suja? Merecemos isto? Fora com Janete Riva já!
ResponderExcluir