terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Bachelet é eleita presidenta do Chile com 63% dos votos

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Política
16.12.2013
Chile ]
Bachelet é eleita presidenta do Chile com 63% dos votos

Adital

A socialista Michelle Bachelet foi eleita presidenta do Chile neste domingo (15). Ela obteve 63% dos votos no segundo turno, derrotando a adversária Evelyn Matthei, que representa a aliança de centro-direita. Matthei, que foi candidata do atual governo, teve 38% dos votos.
Com a vitória, Bachelet é a primeira mulher eleita e reeleita para a Presidência do Chile. Ela governou o país de 2006 a 2010, deixando o lugar para o atual presidente, Sebastián Piñera. Pela legislação chilena, os presidentes não têm direito a dois mandatos consecutivos.
Piñera telefonou a Bachelet para dizer que vai cooperar com ela durante os últimos três meses de seu mandato. Bachelet assume em março e o maior desafio será fazer as reformas que prometeu – entre elas, a da Constituição, herdada da ditadura militar.
Apesar de ter conseguido maioria no Congresso, ela não tem votos suficientes para fazer todas as mudanças que quer e terá que negociar com a oposição. A atual Constituição (que só pode ser alterada com o apoio de dois terços dos legisladores) limita a atuação dos políticos e a ingerência do Estado na economia, que foi privatizada durante o regime militar de Augusto Pinochet.
Bachelet quer fazer uma reforma tributária, para aumentar os impostos às empresas e aos mais ricos, obtendo assim recursos para financiar as reformas sociais, entre elas a do sistema educacional. Estudantes do ensino médio e das universidades paralisaram o Chile com protestos em 2011 e 2012, exigindo educação gratuita e de qualidade para todos. As manifestações foram apoiadas por oito de cada dez chilenos.
No Chile, as universidades são todas pagas (inclusive as públicas) e quem não tem dinheiro para financiar os estudos pode pedir empréstimo, mas termina a carreira endividado. Existem escolas de ensino médio gratuitas, mas são de má qualidade porque o governo prefere subsidiar instituições privadas, para que possam cobrar mensalidades baratas e oferecer uma educação de alto nível à população de baixa renda. Os donos dos colégios nem sempre usam o dinheiro do Estado para esse fim.
Nas eleições legislativas, que coincidiram com o primeiro turno em novembro passado, Bachelet conquistou o apoio de 20 dos 38 senadores e de 57 dos 120 deputados federais. Com isso, ela pode aprovar a reforma tributária. Mas para fazer a reforma da educação, precisa de quatro sétimos dos votos (52) do Congresso (22 senadores e 69 deputados federais).
Baixo comparecimento às urnas
Ao observar o baixo comparecimento de eleitores no segundo turno da eleição presidencial, a deputada chilena Camila Vallejo manifestou-se favorável à volta do voto obrigatório no país. A votação deste domingo foi a primeira com participação livre do eleitorado.
Depois de votar, a deputada do Partido Comunista disse à imprensa que é normal pouca gente ter comparecido às urnas e que, por isso, é partidária da inscrição automática e do voto obrigatório. "Novamente um respaldo e apoio a este projeto da Nova Maioría que já se viu nas primárias e que se viu também no primeiro turno", disse Camila, cuja carreira começou no movimento estudantil.
A proposta de Camila foi aprovada pelo ex-presidente chileno Ricardo Lagos, que fez um apelo aos cidadãos para votar e disse que foi um erro apoiar o voto facultativo. "Em um momento, fui partidário do voto voluntário”, mas pensei, meditei e me dei conta de que é um erro, que creio estar demonstrado”, disse. Segundo ele, votar é um direito, que, no fundo, também é uma obrigação. "Pense cinco minutos que é o melhor para o Chile e, de acordo com isso, vote”, concluiu o ex-presidente.
Assim como foi feito no primeiro turno, em novembro passado, o governo disponibilizou transporte gratuito – 1.300 serviços – para facilitar a participação dos eleitores, principalmente dos que vivem em zonas rurais isoladas. Segundo a ministra dos Transportes, Gloria Hutt,a medida beneficiaria mais de 50 mil pessoas que vivem em lugares distantes ou de difícil acesso. Os locais de votação foram os mesmos do primeiro turno.
*Com informações da Telesur e da TVN (Televisión Nacional de Chile)

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