sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Amazônia de terra e poeira, onde deveria haver floresta

((o)) eco
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Essa é a Transamazônica, uma estrada feita para rasgar uma floresta densa onde os nativos sempre optaram por circular nos rios. Mais que uma estrada, é uma visão de mundo, uma busca por destruir a natureza em nome do ideal de progresso do século XX. Feito nos anos 70, o anúncio do Fusca, acima, sintetiza tudo.

Beira o impossível aos brasileiros urbanos do sul maravilha entender o que é a estrada, o que é a floresta e como vive sua população.

As grandes obras continuam por lá, Belo Monte que o diga. No entanto, três amigos munidos de bicicletas cruzaram a floresta. Movidos pelas próprias pernas Daniel Santini, Marcelo Schadt Assumpção, Valdinei Calvento tornaram-se um projeto, o CicloAmazônia, uma expedição necessária para ajudar a entender a Amazônia brasileira. Uma terra prometida do "país do futuro" que ainda no presente é compreendida por Brasília e pelo resto do país como depósito de recursos naturais a serem explorados.

Valdinei, Marcelo e Daniel se protegem como podem da poeira e do sol inclemente na floresta sem árvores.
É triste ler sobre as pedaladas cercadas de pasto, poeira e nenhuma sombra, mas dá esperança conhecer a hospitalidade dos nativos que abrem as portas de suas casas para oferecer abrigo e comida para 3 ciclistas.

Nessa semana, eles terminaram o percurso. Agora, passarão a editar imagens, vídeos e depoimentos que serão transformados em reportagens especiais sobre a Amazônia.

Brasileiros do sul maravilha e de todo o país estão mais do que convidados a contribuir com o projeto. Até o dia 22 de setembro de 2012, cada pequena contribuição irá garantir o sucesso desse mergulho num Brasil desconhecido que precisa ser entendido de outra forma para que possamos garantir a preservação da floresta, patrimônio que só é riqueza com as árvores de pé.




4 comentários:

  1. Cuiabá, Mato Grosso, 07 de setembro de 2012 - Dia da "Independência" do Brasil.


    Independência ou morte?

    Quantas mortes ainda acontecerão para que o Brasil seja liberto, soberano?


    O Brasil continua sem a sua soberania garantida com esta política econômica, assumida pelos governos, militares e civis, que historicamente têm privilegiado a exportação de matéria prima(soja, algodão, madeira, gado, aves, frutas).

    A exportação de matéria prima elimina as áreas de floresta, mangue, caatinga, cerrado, pampas, varjões e pântanos.

    Planta a morte e o vazio nos espaços de monocultura, onde era pleno de uma diversidade infinita de espécies vegetais, animais, minerais e formas de existência que fogem de nossa compreensão.

    É a continuidade da lógica de relação nos tempos do Brasil Colônia. Ou seja, continua não havendo soberania.

    Tanto no período do regime militar e as atuais composições parlamentares(quadrilhas?), produzem leis, decretos, normativas, estatutos, que continuam garantindo que o projeto de desenvolvimento favoreça os grandes coronéis, a oligarquia agrária que mata, fere, tortura, escraviza pessoas de forma direta e de forma indireta ao negar o direito à Reforma Agrária, à democratização do acesso à terra e às condições de nela viver, produzir e perpetuar-se material e culturalmente.

    Agora, militares e governantes brasileiros recebem e obedecem às ordens do capital financeiro internacional.

    Ou seja, a ditadura não acabou, a soberania não aconteceu, a liberdade... Eita nós!!!

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  2. que bacana suas ponderações... muito obrigada pelo passeio e comentário no blog. beijos

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  3. SAGA DA AMAZÔNIA
    (Vital Farias, menestrel da Paraíba)

    Era uma vez na Amazônia
    A mais bonita floresta
    Mata verde, céu azul
    A mais imensa floresta
    No fundo d'água as iaras
    Caboclo, lendas e mágoas
    E o rio puxando as águas
    Papagaios periquitos
    Cuidavam de suas cores
    Os peixes singrando os rios
    Curumins cheios de amores
    Sorria o jurupari
    Uirapuru seu porvir
    Era flora, fauna, frutos e flores
    Toda mata tem caipora
    Para a mata vigiar
    Veio caipora de fora
    Para a mata definhar
    E trouxe dragão de ferro
    Pra comer muita madeira
    E trouxe em estilo gigante

    Prá acabar com a capoeira
    Fizeram logo o projeto
    Sem ninguém testemunhar
    Prá o dragão cortar madeira
    E toda a mata derrubar
    Se a floresta meu amigo
    Tivesse pé prá andar
    Eu garanto meu amigo
    Com o perigo não tinha ficadolá
    O que se corta em segundos
    Gasta tempo prá vingar
    E o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar?
    Depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar
    Igarapé rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar
    Mas o dragão continua na floreta a devorar
    E quem habita essa mata
    Prá onde vai mudar?
    Corre índio, seringueiro, preguiça, tamanduá,
    Tartaruga pé ligeiro, corre-corre tribo dos kamayurá
    No lugar que havia mata
    Hoje há perseguição
    Grileiro mata posseiro
    Só prá lhe roubar o chão
    Castanheiro, seringueiro, já viraram até peão
    Afora os que morreram

    Como ave de arribação
    Zé de Nana ta na prova
    Naquele lugar tem cova
    Gente enterrada no chão
    Pois mataram o índio que matou grileiro, que matou posseiro
    Disse um castanheiro para um seringueiro
    Que um estrangeiro roubou seu lugar
    Foi então que um violeiro

    Chegando na região
    Ficou tão penalizado e
    Escreveu essa canção
    E talvez desesperado com devastação
    Pegou primeira estrada, sem rumo, sem direção
    Com olhos cheios de água
    Sumiu levando essa mágoa
    Dentro do seu coração
    Assim termino essa história
    Para gente de valor
    Prá gente que tem memória
    Muita crença, muito amor
    Prá defender o que ainda resta
    Sem rodeio, sem aresta
    Era uma vez uma floresta
    Na linha do Equador.

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  4. é linda esta música né? adorei a associação! gosto mto do vital farias.

    obrigada por participar tão belamene do nosso blog
    abraços

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