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Marãiwatsédé - a terra é dos Xabante
Marãiwatsédé - a terra é dos Xabante
UMA NOVA PROMESSA NA RIO+20
Autoridades do governo federal garantem a povo Xavante de Marãiwatsédé que a retirada de invasores da terra indígena começará imediatamente.
Rio de Janeiro – “Bem melhor que a Eco92”, assim o cacique Damião Paridzané resumiu a experiência de participar dos eventos oficiais e paralelos da Rio+20. Por uma semana, ele e uma comitiva de outros 12 indígenas de Marãiwatsédé (MT) realizaram os mais variados atos para pedir apoio à retirada de invasores que há 20 anos devastam seu território sagrado.
Na última quinta-feira, eles entregaram ao ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, uma carta pedindo compromisso do governo federal com a desintrusão imediata de Marãiwatsédé. O encontro também contou com a participação do Secretário de Articulação Social do governo federal, Paulo Maldos, da presidente da FUNAI, Marta Azevedo, que anunciaram uma visita a Marãiwatsédé no mês de julho. (Leia a carta na íntegra.)
Paulo Maldos reconheceu o momento estratégico de divulgar a causa Xavante na Rio+20 e prometeu encaminhar a carta dos Xavante à presidente Dilma. Marta Azevedo, presidente da FUNAI, foi assertiva. “Vai ser já, vai ser agora”, prometeu. Gilberto Carvalho disse que o plano de desintrusão da terra indígena está pronto há um ano e agora não há mais razão para demoras. O ministro se reuniu com o cacique Damião e outras 13 lideranças indígenas a portas fechadas por mais de duas horas em sala reservada na Rio+20.
Mais cedo, o cacique Damião teve um encontro com o ministro da agricultura da Espanha e outras organizações ambientais do país. Durante a Marcha Global da Cúpula dos Povos, realizada no Centro do Rio de Janeiro, eles chamaram atenção das mais de 20 mil pessoas que participavam do movimento realizando a tradicional corrida de tora de buriti no sentido contrário da passeata. Milhares de pessoas abriram espaço no meio da marcha para a passagem emocionante dos Xavante de Marãiwatsédé. Outra ação importante foi a elaboração de uma petição online que em apenas dois dias já conseguiu duas mil assinaturas em prol da desintrusão da terra indígena. (Assine aqui a petição.)
Damião e seu grupo retornam ao Mato Grosso confiantes de que após 20 anos lutando nos tribunais contra os recursos dos fazendeiros e as artimanhas políticas que atrapalham o processo de retirada dos invasores, a desintrusão vá finalmente acontecer. “Aqui eu percebi que tivemos muito apoio, estou muito animado”, declarou o cacique. Sua preocupação agora se volta para a saúde de sua comunidade. Embora o secretário Paulo Maldos tenha anunciado que Marãiwatsédé será prioridade no novo programa de saúde indígena da SESAI, o cacique continua apreensivo. “Dizem que alguma coisa está sendo resolvida, mas na aldeia não sentimos nada ainda. Ninguém do polo de Barra do Garças (MT) foi até hoje na aldeia. É preciso esclarecer por que a saúde indígena está deste jeito”, indaga Damião.
Segundo Damião, o ministro Gilberto Carvalho informou que na semana que vem será definida uma agenda de reuniões entre FUNAI, INCRA e IBAMA em Brasília com a participação indígena para discutir as etapas da desintrusão. “Está garantido, agora vai sair”, prometeu Carvalho.
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