sexta-feira, 22 de junho de 2012

Justiça adia despejo; sem-terra resistem na área

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22/06/2012 - 13h21
Justiça adia despejo; sem-terra resistem na área
Redação 24 Horas News 


A polícia chegou a retirar as famílias de quatro casas e derrubar um barraco no acampamento da fazenda  Santa Rosa I, no distrito de Boa Esperança, município de Sorriso, interior de Mato Grosso, região da soja. O despejo, previsto para ontem e que começou a ser feito, só não prosseguiu porque, no final do dia, saiu a suspensão  da liminar que autorizava reintegração de posse.
 
Cerca de 300 famílias camponesas, sendo a maioria do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), estão dispostas a resistir na área que é extremamente violenta. Há registro de pistolagem.
 
O despejo havia sido autorizado pela Justiça de Sorriso no dia 22 de maio deste ano, mas ainda não teria sido executado por falta de policiais. O Governo do Estado, porém, mandou reforço policial, para a retirada dos sem-terra de lá.
 
“Pode acontecer o pior”, avisou Marciano da Silva, da coordenação estadual do MST.
 
Esse assentamento, que originalmente não foi reivindicação do MST, atendeu a 300 famílias sem-terra, de fora do Movimento. Dessas 300, conforme o MST, devido à pistolagem, só 27 permaneceram na área, as outras saíram fugidas. Na região, essas 27 famílias são chamadas de “os bravos” que resistiram à bala.
 
O MST foi convidado a dar um apoio à luta dessas famílias que resistiram e hoje os 300 lotes estão novamente ocupados inclusive por famílias do MST.
 
O assentamento é fruto de um acordo entre o proprietário da fazenda e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Acontece que o proprietário voltou atrás e não quer mais vender a terra.
 
“Já faz mais de 15 anos que essas famílias estão lá e já criaram cultura no local. Vamos resistir”, reafirma Marciano.
 
Hoje os sem-terra estão fazendo uma manifestação em Sorriso.

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