quinta-feira, 12 de junho de 2014

Reciclagem de lixo: o plano de São Paulo para recuperar atraso

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Reciclagem de lixo: o plano de São Paulo para recuperar atraso

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Prefeitura implanta centrais de processamento, mobiliza cooperativas e expande coleta domiciliar para multiplicar por cinco índice de reaproveitamento de resídos – hoje, apenas 1,8%
Por Daniella Cambaúva, na Carta Maior
Foi inaugurada na última quinta-feira (5) a primeira Central Mecanizada de Triagem da cidade de São Paulo, instalação pioneira na América Latina. Seu objetivo é separar, prensar e enfardar os materiais recolhidos na coleta seletiva, deixando-os prontos para serem comercializados pela Prefeitura. Orçada em cerca de R$ 26 milhões e empregando 50 cooperados, a Central poderá processar em torno de 80 mil toneladas de material reciclável por ano, o equivalente a 250 toneladas por dia – a cidade produz cerca de 13 mil toneladas de lixo diariamente.
A medida faz parte do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Cidade de São Paulo (PGIRS) e vem ao encontro da meta de ampliar em cinco vezes a coleta seletiva de lixos secos até 2016. Exemplos de lixos secos são papel, folhas soltas, caixas e embalagens em geral, caixa de metais, pequenas sucatas, potes e frascos de vidro, todos os tipos plásticos, entre outros.
Atualmente, em São Paulo, a taxa de reciclagem de tudo o que é recolhido é de 1,8%, e a expectativa é que esse número chegue a 10%. Para tanto, a Prefeitura está ampliando a coleta seletiva para os 96 distritos do município e implantando centrais mecanizadas de triagem.
A primeira Central, feita pelo grupo Loga, está instalada na Avenida do Estado, 300, e funciona integrada à Estação de Transbordo Ponte Pequena, formando um complexo de 19 mil metros quadrados. Haverá outras centrais e cada uma delas receberá das empresas concessionárias investimentos de R$ 35 milhões. A próxima a ser inaugurada está sendo construída na avenida Miguel Yunes, ao lado do Transbordo Santo Amaro, e é feita pela empresa Ecourbis, responsável pela coleta domiciliar nas zonas Sul e Leste.
“Todas estas máquinas são importadas e nós sugerimos às concessionárias que comprassem máquinas diferentes, para testarmos as tecnologias. As duas primeiras virão da França e da Alemanha. A ideia é transformar São Paulo em um laboratório de boas práticas”, disse o prefeito Fernando Haddad.
Para ele, o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos coloca São Paulo na vanguarda da questão ambiental no país. “Nós vamos ser a primeira cidade do Brasil e da América Latina a ter as primeiras duas centrais de triagem mecanizadas. Cada central tem capacidade para 2,5% de todo o resíduo sólido produzido na cidade de São Paulo. Isto significa que nós vamos este ano ainda superar o 6% de capacidade de coleta seletiva”, afirmou.
Processo
Segundo a Prefeitura, depois da chegada dos resíduos nos caminhões, eles passam por uma pré-seleção manual para separar o vidro e materiais de grande volume. Em seguida, são encaminhados para um equipamento chamado Trommel, que faz a separação por tamanho por meio de um mecanismo semelhante a uma peneira. Todo o trajeto dos materiais é feito em esteiras automatizadas e os sacos são abertos por uma máquina.
A próxima etapa é a passagem dos resíduos por um equipamento chamado balístico, que separa resíduos bidimensionais – como folhas de papel ou pedaços de papelão – dos tridimensionais, como latas e garrafas. Os materiais metálicos são separados automaticamente por magnetismo e indução elétrica. Por fim, leitores óticos separam os plásticos por tipo e cor. Ao todo, como produto final são separados nove tipos diferentes de material, em blocos compactados. Com a triagem mecanizada, não é necessário separar os diferentes tipos de lixo seco (plástico, papel, vidro, metal), já que essa seleção é feita pela máquina. Basta separar seco do orgânico.
Em dezembro de 2013, foi anunciada uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 40 milhões, que será utilizada para melhorar a estrutura das 22 centrais mecânicas de triagem já existentes. O investimento prevê reforma, adequações, modernização e equipagem das 11 centrais de triagem – que não são mecanizadas – já existentes instaladas em galpões próprios. Além disso, 11 centrais que operam em galpões alugados serão modernizadas e equipadas
Participaram do evento a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; o secretário de Serviços, Simão Pedro; e o presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), Silvano Silvério da Costa. O ato contou com a participação de representantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis.

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