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http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=81223
No último dia 16 de junho, segunda-feira, ao se dirigir para Medelín, onde iria participar de um Encontro Nacional de Sindicalistas, o vice-presidente do Sindicato Nacional de Trabalhadores do Sistema Agrícola (Sinaltrainal) e trabalhador da empresa multinacional Nestlé da Colômbia, José Onofre Esquivel Luna, sofreu uma tentativa de assassinato, frustrada pela ação de sua segurança.
Esquivel estava indo falar, no Encontro, sobre como enfrentar as empresas que tentam enfraquecer os sindicatos, acabando com os direitos dos trabalhadores e com as convenções coletivas de trabalho. A tentativa de assassinato foi o mais recente de uma série de atentados e ameaças contra sindicalistas na Colômbia.
"É lamentável ter que dizer isso, mas tenho que dizer. Estava indo participar de um encontro de trabalhadores, quando dois homens, em motos, pararam dos dois lados do carro em que eu estava, um deles sacou uma arma, apontando para mim, nessa hora, pessoas que estavam em um ônibus, que vinha atrás da gente, começaram a gritar, o que chamou a atenção do pistoleiro. O segurança, que estava no carro comigo, aproveitou a distração do bandido e disparou contra ele, acertando-o; o motorista, que também estava armado também atirou, daí começou uma troca de tiros, matando um dos pistoleiros e ferindo outro. Graças a ação rápida dessas pessoas estou aqui falando isso.”, declarou Esquivel, em entrevista por telefone, ao jornalista Dick Emanuelsson, subdiretor da Agência de Notícias Nova Colômbia (Anncol).
Além do fato de ter sido vítima de uma tentativa de assassinato, frustrada pela eficiência de seus companheiros, outro fator preocupa o vice-presidente do Sinaltrainal: um dos pistoleiros foi ferido e preso, porém, até agora, não se sabe nada sobre as investigações do caso. Não se sabe, inclusive, se estão sendo feitas investigações. "O homem que sobreviveu à troca de tiros foi levado pela polícia no mesmo dia, contudo, não temos nenhuma informação sobre as investigações. Ninguém nos fala nada”.
Denúncias
Luna não foi o primeiro e, provavelmente, não será o último sindicalista a sofrer um ataque dessas proporções. De acordo com o próprio sindicalista, nos últimos 20 anos, 28 trabalhadores sindicalistas foram mortos na Colômbia, 14 deles trabalhavam na mesma empresa que Esquivel, a Nestlé, e os outros 14 eram funcionários da Coca-Cola. "Lamentavelmente, isso é o que ocorre quando se tenta lutar pelos direitos dos trabalhadores, quando bate de frente com as políticas do Estado. São muitos os companheiros sindicais que foram assassinados, além daqueles que foram, e ainda são ameaçados”.
Durante a entrevista, Luna relatou alguns casos que comprovam a perseguição por parte de empresários e de grupos paramilitares, dentre eles está o de um líder sindical que foi morto dentro da empresa em que trabalhava. "As perseguições não são de agora, temos o caso de um dos líderes sindicais, que trabalhava em uma empresa da Coca-Cola, nesse momento não me recordo o nome desse senhor, mas ele foi procurado por um grupo paramilitar, e foi morto dentro das instalações da empresa, na frente de todos! Então, é triste ter que narrar essa série de fatos que estão ocorrendo contra o movimento sindical, contra os direitos dos trabalhadores. É uma forma covarde de tentar coagir os trabalhadores a não lutar pelo que é deles de direito.”.
"Pedimos a todos os movimentos sindicais que nos ajudem a pressionar o Estado, pedimos a todos os movimentos de direitos humanos no mundo que nos ajudem a conseguir uma mudança na situação dos trabalhadores, que estão sendo mortos e ameaçados de forma vil.”, finalizou Luna.
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Trabalhadoras/es
25.06.2014
[ Colômbia ]
Vítima de atentado, sindicalista denuncia perseguição por parte da Nestlé e Coca-Cola
Mateus Ramos
Adital
Esquivel estava indo falar, no Encontro, sobre como enfrentar as empresas que tentam enfraquecer os sindicatos, acabando com os direitos dos trabalhadores e com as convenções coletivas de trabalho. A tentativa de assassinato foi o mais recente de uma série de atentados e ameaças contra sindicalistas na Colômbia.
"É lamentável ter que dizer isso, mas tenho que dizer. Estava indo participar de um encontro de trabalhadores, quando dois homens, em motos, pararam dos dois lados do carro em que eu estava, um deles sacou uma arma, apontando para mim, nessa hora, pessoas que estavam em um ônibus, que vinha atrás da gente, começaram a gritar, o que chamou a atenção do pistoleiro. O segurança, que estava no carro comigo, aproveitou a distração do bandido e disparou contra ele, acertando-o; o motorista, que também estava armado também atirou, daí começou uma troca de tiros, matando um dos pistoleiros e ferindo outro. Graças a ação rápida dessas pessoas estou aqui falando isso.”, declarou Esquivel, em entrevista por telefone, ao jornalista Dick Emanuelsson, subdiretor da Agência de Notícias Nova Colômbia (Anncol).
Além do fato de ter sido vítima de uma tentativa de assassinato, frustrada pela eficiência de seus companheiros, outro fator preocupa o vice-presidente do Sinaltrainal: um dos pistoleiros foi ferido e preso, porém, até agora, não se sabe nada sobre as investigações do caso. Não se sabe, inclusive, se estão sendo feitas investigações. "O homem que sobreviveu à troca de tiros foi levado pela polícia no mesmo dia, contudo, não temos nenhuma informação sobre as investigações. Ninguém nos fala nada”.
Denúncias
Luna não foi o primeiro e, provavelmente, não será o último sindicalista a sofrer um ataque dessas proporções. De acordo com o próprio sindicalista, nos últimos 20 anos, 28 trabalhadores sindicalistas foram mortos na Colômbia, 14 deles trabalhavam na mesma empresa que Esquivel, a Nestlé, e os outros 14 eram funcionários da Coca-Cola. "Lamentavelmente, isso é o que ocorre quando se tenta lutar pelos direitos dos trabalhadores, quando bate de frente com as políticas do Estado. São muitos os companheiros sindicais que foram assassinados, além daqueles que foram, e ainda são ameaçados”.
Durante a entrevista, Luna relatou alguns casos que comprovam a perseguição por parte de empresários e de grupos paramilitares, dentre eles está o de um líder sindical que foi morto dentro da empresa em que trabalhava. "As perseguições não são de agora, temos o caso de um dos líderes sindicais, que trabalhava em uma empresa da Coca-Cola, nesse momento não me recordo o nome desse senhor, mas ele foi procurado por um grupo paramilitar, e foi morto dentro das instalações da empresa, na frente de todos! Então, é triste ter que narrar essa série de fatos que estão ocorrendo contra o movimento sindical, contra os direitos dos trabalhadores. É uma forma covarde de tentar coagir os trabalhadores a não lutar pelo que é deles de direito.”.
"Pedimos a todos os movimentos sindicais que nos ajudem a pressionar o Estado, pedimos a todos os movimentos de direitos humanos no mundo que nos ajudem a conseguir uma mudança na situação dos trabalhadores, que estão sendo mortos e ameaçados de forma vil.”, finalizou Luna.
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