sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Reunião tenta colocar fim a boatos de criação de Reserva

gazeta digital
http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/9/materia/398798

Sexta, 11 de outubro de 2013, 10h07
LUCIARA

Reunião tenta colocar fim a boatos de criação de Reserva

Gostou do conteúdo então divulgue 
 


 
Gláucio Nogueira, repórter do GD
Reprodução Facebook
Rancho de retireiro foi incendiado por conta dos boatos
Os conflitos por conta da criação de uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) em Luciara (1.166 km a nordeste da Capital) foram tema de reunião, nesta semana em Brasília (DF). Na ocasião, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin, afirmou que o projeto ainda encontra-se em fase inicial e que várias etapas precisam ser respeitadas para que haja uma nova demarcação.
Vizentin ressaltou que um grupo técnico será criado para rever toda a proposta, com a análise de documentos juntados ao processo desde 2003. “Não existe a possibilidade de criação de uma Reserva por imposição do Governo Federal por meio de um Decreto, contra a vontade da maioria da população”. A informação que corria no município dava conta que a reserva seria criada em breve e ocuparia 104 mil hectares, desalojando centenas de famílias.
Além do grupo técnico, o presidente do ICMBio explicou que o Estado é ouvido em uma das etapas prévias á criação da RDS. “Antes da criação de uma Unidade de Conservação o Executivo Federal consulta o governador quanto a importância econômica e social daquela área para o município e para o Estado”.
A reunião foi articulada por deputados federais e estaduais, por conta da insegurança causada pela notícia. Para o deputado Dilmar Dal’Bosco, é fundamental que a população do município seja ouvida no processo. “Mesmo ocupando a terra há mais de 80 anos, a maioria desses pequenos agricultores de Luciara são posseiros, ou seja, não possuem título de propriedade e, por esse motivo, não poderão pertencer a RDS, sequer receberão indenização do Governo Federal”.
A tensão atingiu o ponto alto no final do mês passado, quando fazendeiros fecharam os acessos ao município e impediram a chegada de acadêmicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que participavam de uma aula de campo. Duas casas foram queimadas e outra alvo de tiros. As residências pertencem à simpatizantes da RDS e a retireiros, pessoas que utilizam as margens do Rio Araguaia para a criação de gado de forma a causar o mínimo impacto ambiental à região.
Por incitar os protestos, duas pessoas foram presas pela Polícia Federal, enviada ao município para restabelecer a ordem. Eles foram indiciados pelos crimes de constrangimento ilegal, dano, incêndios, formação de quadrilha e ameaça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário