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Movimento “Acorda VG” mostra que cidade está reagindo contra caos
Postado em 2011-08-25 00:00:00 por keka@centroburnier.com.br
Autor/Fonte/Link: CBFJ
Keka Werneck, da Assessoria de Imprensa do Centro Burnier Fé e Justiça
O movimento “Acorda VG” realizou na quarta-feira, dia 24, pela manhã, uma marcha pelo Centro da cidade, indo da Igreja Nossa Senhora do Carmo, onde os movimentos sociais se concentraram, passando pelo Pronto Socorro Municipal, ocupando a Câmara de Vereadores, até a Prefeitura.
Essa é a segunda reação da cidade contra diversos problemas urbanos e a instabilidade política no município devido à mudança constante de gestores.
No primeiro protesto do “Acorda VG”, em abril deste ano, a pauta da cidade foi entregue ao prefeito Tião da Zaeli (PR), que, dessa vez, não recebeu o movimento. De uma pauta no Hospital Metropolitano seguiu para o Aeroporto, rumo à Brasília, embora já soubesse com antecedência que haveria a marcha, na manhã de quarta, e que os movimentos sociais levariam a ele reivindicações importantes.
O povo ameaçou ocupar a Prefeitura.
“Nenhuma das respostas da pauta que a gente entregou ao prefeito em abril foi dada até hoje e a gente está nessa expectativa de fazer com que o prefeito acorde mesmo, para perceber que Várzea Grande está extremamente abandonada, está vivendo um caos e o povo já está cansado de esperar”, disse Dalete Soares, do Movimento Nacional de Direitos Humanos.
No lugar do prefeito, representaram o executivo o coronel Orestes Oliveira, chefe de Gabinete, secretários e o procurador do município de VG, César Travassos.
“Admito que Várzea Grande está um caos”, reconheceu o chefe de gabinete, em conversa com uma comissão de militantes, que não aceitou negociar na ausência do prefeito.
Por isso, nova audiência será marcada para a próxima semana, segunda (29) ou terça (30).
Já estão previstas, sem data marcada, a terceira e quarta marchas para “acordar Várzea Grande”.
Articulam-se nesse movimento a Via Campesina, a Rede de Educação Cidadã (Recid), o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep) subsede de VG, o Movimento Nacional de Direitos Humanos e as comunidades locais.
“Estamos nesse processo de construir o poder popular no município de Várzea Grande e a gente não vai parar por aqui, vai continuar mobilizando sempre”, avisa Dalete. “O sistema capitalista que a gente vive é extremamente cruel, primeiro que ele consegue alienar as pessoas, através dessa mídia medíocre, que o povo acessa. O povo fica sem reação, porque o modelo de educação também não contribui, além disso as pessoas têm que trabalhar muito e resta pouco tempo para dedicar à luta por direito, cidadania e dignidade”.
Sobre o troca-troca de poder em VG, ela diz que “isso é uma briga por mero poder, enquanto isso o povo está jogado à própria sorte, sem nenhum direito garantido”.
A professora Cida Cortes, presidente do Sintep-VG, afirmou que “essa é uma luta por cidadania, por melhoria das condições de vida na cidade, que passa por uma crise moral e administrativa. Nada mais justo que todos os trabalhadores reagirem”. Segundo ela, “esse é um processo educativo, que ensina muito. “Aqui está o verdadeiro conhecimento, quando o povo vem dizer para os governantes o que ele quer que façam”. Cida informa que as escolas públicas em Várzea Grande estão precárias, algumas sem condições de funcionamento, há unidades totalmente depredadas, em algumas há coliformes fecais, falta iluminação, e isso interfere diretamente no resultado da aprendizagem”.
O advogado Vilson Nery, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), afirma que esse movimento “Acorda VG” é também contra a corrupção. “Na medida em que o movimento chama a comunidade para discutir, por exemplo, o problema da privatização do DAE e do transporte coletivo, na medida que essa população vem aqui, caminha dentro da cidade, chamando a população para debater com o prefeito política pública está sim combatendo a corrupção e merece o apoio do MCCE”.
Para o MST, a união do campo e da cidade é importante para desmontar o projeto burguês de sociedade. Segundo Antonio Carneiro, da coodenação estadual do MST em MT, os problemas da cidade e do campo são muito parecidos. “Enquanto o campo e a cidade não se unirem, essa situacão não vai mudar.
Para Gilberto Vieira, da coordenação estadual do Conselho Missionário Indigenista (CIMI), “a defesa da cidadania se dá em qualquer espaço, então a gente participa de todas as lutas porque entende que os movimentos sociais impulsionam as políticas públicas”.
O radialista Roberto Marques, da Rádio Alternativa FM, que alcança a região do Grande Cristo Rei, diz que chamou toda a população para o ato e, na durante o protesto, fez a cobertura ao vivo. “VG está com muitos problemas. Se você sintonizar na Rádio Alternativa, vai ver que só vamos falar dos problemas dos bairros: é falta de água, é esgoto, são os colégios que não prestam, estão tudo acabados, a Prefeitura está deixando a desejar, o próprio governador do Estado, Silval Barbosa, diz que está difícil investir em VG, porque num dia é um prefeito que está no comando, no outro dia já é outro. Assim não dá!” Quem quiser acessar a Rádio Alternativa, clique aqui.
Anaclesia Ferreira Machado, presidente da Associação dos Moradores do bairro Jardim Esmeralda, diz que o maior problema lá, onde vivem cerca de 3 mil pessoas, é a infraestrutura: falta água e saneamento básico. Metade do bairro não tem água. Outra metade recebe água um dia sim e outro não. Quanto ao esgoto, fica jogado na rua, o que está causando sérios problemas de doenças e mau cheiro.
Autor/Fonte/Link: CBFJ
Keka Werneck, da Assessoria de Imprensa do Centro Burnier Fé e Justiça
O movimento “Acorda VG” realizou na quarta-feira, dia 24, pela manhã, uma marcha pelo Centro da cidade, indo da Igreja Nossa Senhora do Carmo, onde os movimentos sociais se concentraram, passando pelo Pronto Socorro Municipal, ocupando a Câmara de Vereadores, até a Prefeitura.
Essa é a segunda reação da cidade contra diversos problemas urbanos e a instabilidade política no município devido à mudança constante de gestores.
No primeiro protesto do “Acorda VG”, em abril deste ano, a pauta da cidade foi entregue ao prefeito Tião da Zaeli (PR), que, dessa vez, não recebeu o movimento. De uma pauta no Hospital Metropolitano seguiu para o Aeroporto, rumo à Brasília, embora já soubesse com antecedência que haveria a marcha, na manhã de quarta, e que os movimentos sociais levariam a ele reivindicações importantes.
O povo ameaçou ocupar a Prefeitura.
“Nenhuma das respostas da pauta que a gente entregou ao prefeito em abril foi dada até hoje e a gente está nessa expectativa de fazer com que o prefeito acorde mesmo, para perceber que Várzea Grande está extremamente abandonada, está vivendo um caos e o povo já está cansado de esperar”, disse Dalete Soares, do Movimento Nacional de Direitos Humanos.
No lugar do prefeito, representaram o executivo o coronel Orestes Oliveira, chefe de Gabinete, secretários e o procurador do município de VG, César Travassos.
“Admito que Várzea Grande está um caos”, reconheceu o chefe de gabinete, em conversa com uma comissão de militantes, que não aceitou negociar na ausência do prefeito.
Por isso, nova audiência será marcada para a próxima semana, segunda (29) ou terça (30).
Já estão previstas, sem data marcada, a terceira e quarta marchas para “acordar Várzea Grande”.
Articulam-se nesse movimento a Via Campesina, a Rede de Educação Cidadã (Recid), o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep) subsede de VG, o Movimento Nacional de Direitos Humanos e as comunidades locais.
“Estamos nesse processo de construir o poder popular no município de Várzea Grande e a gente não vai parar por aqui, vai continuar mobilizando sempre”, avisa Dalete. “O sistema capitalista que a gente vive é extremamente cruel, primeiro que ele consegue alienar as pessoas, através dessa mídia medíocre, que o povo acessa. O povo fica sem reação, porque o modelo de educação também não contribui, além disso as pessoas têm que trabalhar muito e resta pouco tempo para dedicar à luta por direito, cidadania e dignidade”.
Sobre o troca-troca de poder em VG, ela diz que “isso é uma briga por mero poder, enquanto isso o povo está jogado à própria sorte, sem nenhum direito garantido”.
A professora Cida Cortes, presidente do Sintep-VG, afirmou que “essa é uma luta por cidadania, por melhoria das condições de vida na cidade, que passa por uma crise moral e administrativa. Nada mais justo que todos os trabalhadores reagirem”. Segundo ela, “esse é um processo educativo, que ensina muito. “Aqui está o verdadeiro conhecimento, quando o povo vem dizer para os governantes o que ele quer que façam”. Cida informa que as escolas públicas em Várzea Grande estão precárias, algumas sem condições de funcionamento, há unidades totalmente depredadas, em algumas há coliformes fecais, falta iluminação, e isso interfere diretamente no resultado da aprendizagem”.
O advogado Vilson Nery, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), afirma que esse movimento “Acorda VG” é também contra a corrupção. “Na medida em que o movimento chama a comunidade para discutir, por exemplo, o problema da privatização do DAE e do transporte coletivo, na medida que essa população vem aqui, caminha dentro da cidade, chamando a população para debater com o prefeito política pública está sim combatendo a corrupção e merece o apoio do MCCE”.
Para o MST, a união do campo e da cidade é importante para desmontar o projeto burguês de sociedade. Segundo Antonio Carneiro, da coodenação estadual do MST em MT, os problemas da cidade e do campo são muito parecidos. “Enquanto o campo e a cidade não se unirem, essa situacão não vai mudar.
Para Gilberto Vieira, da coordenação estadual do Conselho Missionário Indigenista (CIMI), “a defesa da cidadania se dá em qualquer espaço, então a gente participa de todas as lutas porque entende que os movimentos sociais impulsionam as políticas públicas”.
O radialista Roberto Marques, da Rádio Alternativa FM, que alcança a região do Grande Cristo Rei, diz que chamou toda a população para o ato e, na durante o protesto, fez a cobertura ao vivo. “VG está com muitos problemas. Se você sintonizar na Rádio Alternativa, vai ver que só vamos falar dos problemas dos bairros: é falta de água, é esgoto, são os colégios que não prestam, estão tudo acabados, a Prefeitura está deixando a desejar, o próprio governador do Estado, Silval Barbosa, diz que está difícil investir em VG, porque num dia é um prefeito que está no comando, no outro dia já é outro. Assim não dá!” Quem quiser acessar a Rádio Alternativa, clique aqui.
Anaclesia Ferreira Machado, presidente da Associação dos Moradores do bairro Jardim Esmeralda, diz que o maior problema lá, onde vivem cerca de 3 mil pessoas, é a infraestrutura: falta água e saneamento básico. Metade do bairro não tem água. Outra metade recebe água um dia sim e outro não. Quanto ao esgoto, fica jogado na rua, o que está causando sérios problemas de doenças e mau cheiro.
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