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Manifestantes protestam contra Belo Monte
Detalhes Publicado em Domingo, 21 Agosto 2011 15:30
Nem mesmo a garoa que atingiu a capital neste sábado (20) impediu que cerca de 60 pessoas saíssem às ruas de Cuiabá para protestar contra a construção da Usina Hidroelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. O manifesto faz parte de uma Mobilização Nacional em Defesa da Floresta Amazônica.A mobilização que aconteceu também em outras 22 cidades brasileiras buscou ainda, protestar contra a aprovação de alterações no Código Florestal Brasileiro e a série de assassinatos e intimidações contra pessoas que defendem o Meio Ambiente.
A advogada Maira Irigaray,uma das pessoas que levou o caso da construção de Belo Monte para ser discutido na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, revela que esta Usina trará muitos prejuízos à toda população brasileira. “A construção de Belo Monte foi mal planejada, o licenciamento foi mal elaborado, não houve nenhuma consulta prévia com os indígenas que habitam na região e infelizmente, percebemos que esta é a primeira de outras grandes e ofensivas barragens planejadas na Amazônia”.
Entre os manifestantes estavam presentes membros de Organizações Não Governamentais, movimentos sociais, ativistas, estudantes e professores. Maira afirma que através dessa mobilização, todas essas pessoas buscam de certa forma, alertar a sociedade e fazer com que elas despertem a consciência ecológica e entendam os graves problemas que serão gerados com a construção de Belo Monte.
Além disso, Maira alerta para o fato de que vários estudos realizados pela WWF, por exemplo, revelam que se o Brasil investisse em eficiência energética, teria a possibilidade de gerar energia equivalente a 40 ‘Belos Monte’. “Esse fato mostra que a construção da Usina virou uma luta pessoal do governo, e que eles não estão preocupados somente com geração de energia, mas sim com possíveis lucros que podem surgir com Belo Monte”.
O professor de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT, Teodoro Irigaray ressalta a importância de mobilizações como esta, “Ainda que a sociedade civil não esteja organizada como um todo, essas manifestações servem para mostrar ao Governo o descontentamento da população frente esses atentados à Floresta Amazônica”.
Código Florestal
O estudante de Ciências Sociais da UFMT. Lúcio Andrade revela que a anistia a desmatadores a diminuição de 30% para 15% das Áreas de Preservação Ambiental (APP’s) estão entre os principais pontos criticados do novo Código.
Novembro é o último prazo para que o Senado Federal aprove as alterações no Código Florestal Brasileiro. Para que a aprovação não aconteça, os manifestantes não se cansam de realizar debates, passeatas e outras manifestações contrárias ao Código.
Já na próxima segunda (22) serão realizados protestos em frente às Embaixadas e Consulados brasileiros de todo mundo. Também na segunda, acontece na ADUFMAT/UFMT o I Simpósio Popular “Alterações no Código Florestal”, que terá a presença de senadores de Mato Grosso, professores da UFMT, representantes de movimentos sociais e dos indígenas.
Na sexta (26), será realizada uma Marcha contra as alterações no Código Florestal, a concentração será às 8h, no Parque Mãe Bonifácia.
Camila Ribeiro – especial para o Circuito Mato Grosso
Fotos: Mary Juruna
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