sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Policiais pressionam acampamento que bloqueia obras da Monsanto

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Meio Ambiente
27.09.2013
Policiais pressionam acampamento que bloqueia obras da Monsanto

Adital
Foto:Divulgação/DivulgaciónJá dura 10 dias o acampamento que está bloqueando a frente do prédio onde a multinacional estadunidense Monsanto está construindo sua nova fábrica na Argentina, no município de Malvinas Argentinas, em Córdoba, para a produção de sementes de milho. A Assembleia Malvinas Luta pela Vida juntamente com outras organizações sociais, como o Jubileu Sul, denunciam que, nesta sexta-feira, 27 de setembro, o acampamento foi assaltado por um forte contingente policial, com membros da infantaria e das forças da Equipe de Táticas Especiais Recomendável (Eter), para romper o bloqueio formado por aproximadamente uma centena de manifestantes.
No dia anterior, sindicalistas da União Operária da Construção da Argentina (Uocra) juntamente com empregados da obra tentaram furar o bloqueio e abrir um dos portões. Segundo relatam os manifestantes na página da Assembleia Malvinas Luta pela Vida no Facebook, foram momentos de tensão quando os operários e sindicalistas começaram a quebrar bandeiras, chutar barracas, empurrar, gritar, insultar e maltratar os manifestantes, sem que a polícia e a infantaria, que presenciaram tudo, interviessem para conter o conflito. Logo depois, os agentes policiais ocuparam o espaço que foi tomado dos acampados.
"Convidamos todos os habitantes e cidadãos a fazerem-se presentes no acampamento e bloqueio a partir das 6h da manhã”, divulgaram os manifestantes, pedindo ajuda para fazer frente à política nesta sexta-feira, 27. Há informações de que a infantaria anunciou que iria liberar à força os acessos para a passagem dos caminhões que carregam material para a obra.
O acampamento, liderado além da Assembleia, pelas Mães do Bairro Ituzaigo Anexo, está montado desde o último dia 18 de setembro. Não há prazo para que os manifestantes deixem o local. Eles exigem no mínimo que o governo realize uma consulta popular para saber se a população aprova a instalação da fábrica da Monsanto no local. "Chamamos toda a sociedade organizada a acompanhar essa medida de força, a se solidarizar com essa luta contra a multinacional e a favor da soberania alimentar e da vida. É necessário unir forças com todos os conflitos ambientais e territoriais da Argentina. E também para nos mantermos alertas ante as pressões constantes das instituições estatais, que antecedem os interesses econômicos frente à voz popular que diz Não aos alimentos transgênicos, Não à lei de sementes e Não às fumigações com agrotóxicos”, assinala a Assembleia.
O movimento lamenta que o Estado continue se colocando a serviço de interesses privadose se posicionando contra as organizações sociais. Priorizando os interesses das grandes empresas em detrimento do direito dos moradores. Para o movimento, o que está acontecendo em Malvinas não é um caso isolado, mas responde a um modelo produtivo baseado na destruição dos recursos naturais.

Foto:Divulgação/DivulgaciónO plano de investimentos da Monsanto na Argentina, firmado com a presidente Cristina Fernández de Kirchner, totaliza 1,67 bilhão de pesos. Contempla a construção de uma fábrica para a produção de sementes de milho, duas estações experimentais e 170 milhões de pesos para pesquisa e desenvolvimento em milho e soja.
A Monsanto chegou na Argentina em 1956 para produzir plásticos e, em 1978, começou as atividades de produção de sementes híbridas de milho em Pergamino, província de Buenos Aires. Atualmente, possui cinco fábricas no país: duas processadoras de sementes, uma produtora de herbicidas e duas estações experimentais.

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