NOTA DE REPÚDIO À EXONERAÇÃO DE MEGARON TXUCARRAMÃE
As entidades e pessoas que assinam esta nota vêm a publico repudiar veementemente a exoneração da liderança Megaron Txucarramãe, Coordenador Regional da Fundação Nacional do Índio – Funai de Colider (MT). Tal exoneração, como já manifestado pelos povos indígenas atendidos por esta coordenação, não deixa outra forma de interpretação senão a de perseguição política e retaliação pela coerente posição que, como indígena e servidor público, a liderança vem mantendo.
É sabido por todos que a Funai é o órgão indigenista oficial e, dentre suas atribuições, está a garantia e proteção dos direitos dos povos indígenas. Contudo, mais coerente com as contradições do governo federal que com a missão do órgão, a Fundação vem sistematicamente ferindo os direitos destes povos, seja pela chancela aos projetos governamentais, função que assumiu sua presidência, seja pelo ‘nada obsta’, quando o assunto são projetos que impactam as terras indígenas e seus povos.
Megaron vem sendo um dos expoentes na luta contra Belo Monte, complexo hidrelétrico megalomaníaco do governo Dilma, que afetará não somente o povo Kayapó, mas outros povos indígenas, outras populações da região e, certamente, todos os brasileiros e todas as brasileiras. Manter esta posição contrária, mesmo quando o presidente do órgão cede ao projeto desenvolvimentista é o ato mínimo que se espera, mas se torna raro dentre os que preferem manter seus cargos à coerência.
Juntando nosso manifesto ao dos povos indígenas de Mato Grosso e de outras regiões, repudiamos esta atitude covarde e truculenta que desconsidera a longa dedicação de Megaron, sequer ouvindo-o ou dando-lhe chances de reação. Esta atitude indica discriminação e relação de tutela para com os indígenas.
Na oportunidade nos solidarizamos aos povos indígenas atendidos pela Coordenação Regional de Colider pelos transtornos que esta atitude causará.
Esperamos que a presidência da Funai, o Ministério da Justiça e o governo federal, retomando o senso de justiça e coerência, suspendam a portaria de exoneração e enviem retratações à Megaron.
Cuiabá, 07 de novembro de 2.011.
Assinam esta nota:
Associação Brasileira de Homeopatia Popular (ABHP)
Centro Burnier Fé e Justiça (CBFJ)
Centro de Direitos Humanos João Bosco Burnier/ Várzea Grande
Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos Mato Grosso (CEBI-MT)
Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos /Setor Cuiabá (CEBI)
Círculo da Paz
Comissão Pastoral da Terra Mato Grosso (CPT-MT)
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs)
Conselho Indigenista Missionário – Regional Mato Grosso (CIMI-MT)
Conselho Nacional do Laicato do Brasil/MT (CNLB)
Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso
Fórum de Luta das Entidades de Cáceres (FLEC)
Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (FORMAD)
Fórum Permanente pela Paz
Grupo Cultural e Ambiental Raízes
Grupo de Trabalho e Mobilização Social (GT-MS)
Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA-UFMT)
Instituto Caracol
Instituto de Ecologia e Populações Tradicionais do Pantanal (Ecopantanal)
Instituto Indígena Maiwu de Estudos e Pesquisa de Mato Grosso (MAIWU)
Organização das Mulheres Indígenas de Mato Grosso (TAKINA)
Organização dos Professores Indígenas de Mato Grosso (OPRIMT)
Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental (REMTEA)
Sociedade Fé e Vida
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Augusta Eulália Ferreira
Edina Franco de Moraes
Eric Shinji Kawahahara
Ericnilson da Costa Lana
Eunice Dias de Paula
Gilberto Vieira dos Santos
Lucia Shiguemi Izawa Kawahara
Luckas Hiroki Kawahara
Luis Gouvêa de Paula
Maria Ivonete de Souza
Osmar Resende
Ruth Albernaz Silveira
Silvia Maria Valentim Pinheiro
Victor Ikky Kawahara
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