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http://www.brasildefato.com.br/node/29236
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Povos de todo o mundo exigem fim do genocídio israelense contra palestinos
Roberto Parizoti
Manifestantes cobram medidas para obrigar Israel a cumprir a lei internacional. Até o fechamento desta edição, no dia 21 de julho, número de palestinos mortos ultrapassava 550, além de mais de 3.500 feridos
22/07/2014
Leonardo Wexell Severo
de São Paulo (SP)
Milhares de pessoas tomaram as ruas das principais cidades do planeta para exigir o fim imediato do genocídio praticado por Israel contra o povo palestino. De acordo com a organização Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), até 21 de julho, data do fechamento desta edição, o número de palestinos mortos pelos bombardeios de aviões e tanques israelenses ultrapassava 550, com mais de 3.500 feridos, sendo parte expressiva de idosos, mulheres e crianças.
Em repúdio à carnificina, as grandes avenidas da Alemanha, Argélia, Colômbia, Egito, França, Grécia, Indonésia, Irlanda, Estados Unidos e Turquia, entre outras dezenas de países, foram tomadas por multidões vestindo o vermelho, verde, preto e branco da bandeira palestina.
“As manifestações estão crescendo em resposta aos contínuos massacres israelenses. São marchas que exigem não somente o fim da agressão militar e da ocupação, mas cobram de seus próprios governos que tomem medidas para obrigar Israel a cumprir a lei internacional”, declarou Maren Mantovani, da coordenação do BDS.
Uma demonstração a mais do isolamento da política de terrorismo de Estado de Israel, frisou Maren, é que no sábado, “98 personalidades, incluindo seis prêmios Nobel, ativistas como Noam Chomsky e Roger Waters, um ex-juiz da Corte Internacional de Justiça e os brasileiros Frei Betto e João Felício, presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), pediram um embargo militar imediato e vinculante”.
Da Rede Globo ao consulado
Na capital paulista os manifestantes se concentraram em frente ao prédio da Rede Globo – emissora acusada de ser cúmplice do genocídio ao acobertar os crimes sionistas –, de onde saíram em passeata até a frente do consulado de Israel com faixas, bandeiras e cartazes contrários à matança.
Para o presidente da CSI, João Felício, “a imprensa brasileira precisa parar de mentir, pois o que acontece na Palestina não é uma guerra, mas um massacre, o assassinato de um povo por parte do governo israelense”.
Da mesma forma que o regime de segregação racial foi derrotado na África do Sul com o cerco aos produtos do apartheid, defendeu Felício, “é preciso organizar um amplo boicote aos produtos sionistas para isolar Israel, inclusive cortando relações diplomáticas, como já estão fazendo vários governos”.
“Vamos fazer uma lista de produtos de capital israelense para que não sejam consumidos. Mais do que uma denúncia, esta será uma ação concreta, solidária. Chegou a hora de derrubarmos todos os muros que separam os povos, seja o que separa a Palestina de Israel ou o México dos EUA. Precisamos de relações harmoniosas e solidárias”, asseverou o presidente da CSI.
Fora invasores
“Estamos aqui para exigir o fim dos bombardeios e a imediata retirada das tropas de ocupação de Gaza”, afirmou Júlio Turra, da executiva nacional da CUT, recordando que “desde 1948 o povo palestino luta pela sua sobrevivência e pela construção de seu Estado nacional, um direito que é negado pelo imperialismo, que protege o sionismo assassino”.
“A agressão atual não é um fato isolado, mas um capítulo da limpeza étnica iniciada há 66 anos, quando da criação do Estado de Israel em terras palestinas”, destacou.
A faixa de Gaza é atualmente a área mais densamente povoada do mundo, com 1,5 milhão de habitantes confinados em apenas 360 quilômetros quadrados, submetidos a um bloqueio assassino que a converte em um gigantesco campo de concentração a céu aberto.
Da mesma forma que em Gaza, a população civil na Cisjordânia também sofre com a política de “punição coletiva”, só que de outra forma: demolição de casas, mais de 5 mil presos políticos, roubo de água e cortes de energia elétrica que transformam a vida num verdadeiro inferno.
Diante do “consulado assassino”, o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Emir Mourad, pediu um minuto de silêncio pelas crianças vítimas da agressão israelense. “Neste momento, eu peço a todos os judeus do mundo que se livrem do sionismo, que é contrário à própria essência do judaísmo. Em nome da alma destas crianças, Israel fora da Palestina!”, enfatizou.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, denunciou a “complacência e a cumplicidade do governo dos Estados Unidos e do Conselho de Segurança da ONU com a brutal investida israelense”.
“Em defesa da democracia e da autodeterminação dos povos, somos todos palestinos”, enfatizou.
Já a presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, frisou ser inaceitável o fato de o Estado sionista utilizar como argumento para a invasão a morte de três jovens soldados/colonos israelenses, sem qualquer comprovação de autoria, em circunstâncias não esclarecidas. “O fato é que a humanidade não aceita mais o regime de apartheid e nem desculpas esfarrapadas do Estado terrorista de Israel para se chegar à paz”, disse.
“Nós sabemos qual a realidade vivida pelo povo palestino, por isso, viemos participar, ao lado dos nossos familiares, para mostrar que o Brasil diz não aos crimes de Israel”, declarou Naval Khalil, que se somou ao ato junto aos dois filhos. Com a filha nos ombros e o menino de mãos dadas, Naval disse acreditar “na força da pressão internacional para que a justiça, enfim, prevaleça”.
Entre outras organizações e partidos estiveram presentes a Via Campesina Brasil, Quilombo Raça e Classe, Marcha Mundial de Mulheres, PCdoB, PSOL e PSTU. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) participou com uma grande delegação.
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