sexta-feira, 13 de julho de 2012

Crianças e idosos levam tiros de borracha em ação de despejo

CIRCUITO MATO GROSSO
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Crianças e idosos levam tiros de borracha em ação de despejo (Veja Fotos)

Menina de 10 anos foi atingida com balas de borracha no rosto - Foto: Defensoria PúblicaNa manhã desta quinta (12) a Polícia Militar e o Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas cumpriram a decisão judicial que determinou a desocupação e demolição de prédios no Jardim Humaitá I, na região sul de Cuiabá, ocupada por 48 famílias. A ação resultou numa verdadeira confusão, onde crianças e idosos foram atingidos com tiros de borracha e agredidos pelos policiais.
Os moradores fizeram um cordão humano em frente aos imóveis e pediam que os policiais aguardassem a chegada dos defensores públicos que estavam a caminho. Contudo, mesmo diante do clamor da população, as casas começaram a ser derrubadas e os moradores que até então, manifestavam de forma pacífica, começaram a reagir a desocupação.
Foto: defensoria PúblicaMoradores contaram que foram agredidos com golpes de cassetete, uma menina de 10 anos levou um tiro de bala de borracha no rosto e um senhor de idade foi agredido no peito com um chute. Em seguida, ele passou mal e teve que ser encaminhado ao Pronto Socorro da Capital.

“O ato foi truculento e irregular, porque demoliram casas que não constavam na decisão judicial”, conta Paulo Lemos da Defensoria Pública. Além disso, Lemos ainda garante que "a decisão foi arbitrária, uma vez que não teve a autorização do comitê agrário, órgão que avalia a conveniência e pertinência das desocupações, e ainda analisa as medidas mitigadoras de impactos sociais".

Falha
Para Dr. Air Praeiro, "os culpados devem responder pelos danos. Levaremos o caso a corregedoria de polícia, ao secretário de segurança e onde mais for preciso para que sejam punidos. O mandado determinava a reintegração, e não a demolição. Essa situação é um atentado aos direitos humanos", pondera.Foto: defensoria Pública
Membros da defensoria Pública se reuniram no final da noite de ontem com o secretário-chefe  da Casa Civil, José Lacerda, que garantiu admitiu por sua vez, que houve falha policial na ação. "O simples fato de os policiais terem participado da ação sem o aval do comitê de conflitos agrários já pode render punição aos PMs envolvidos"., pontuou.
O governo, que afirmou que a operação não era de seu conhecimento e tampouco tinha sito autorizada pelo Comando Geral, repugnou a atitude dos policiais e oficiais, considerando-a como ilegal, pedindo desculpas às famílias.
A Defensoria Pública se comprometeu em acelerar os trâmites jurídicos para promover imediatamente a regularização fundiária do local, garantindo a moradia e os direitos das famílias prejudicadas pela ação.
-Foto: defensoria PúblicaFoto: defensoria PúblicaFoto: Defensoria Pública
-Foto: Defensoria PúblicaFoto: Defensoria PúblicaFoto: Defensoria Pública

Andhressa Sawaris Barboza/Camila Ribeiro– Da Redação

Fotos: Defensoria Pública

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