sexta-feira, 16 de maio de 2014

Casaldáliga vive em casa simples, cercado de "símbolos e de relíquias"

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Casaldáliga vive em casa simples, cercado de "símbolos e de relíquias"


Enviada especial a São Félix do Araguaia
Montagens-casaldaliga-sao-felix
Pedro Casaldáliga mora numa casa simples, mas com símbolos de sua luta como uma canoa indígena que abriga um chapéu nordestino
Um dos percussores da teologia da libertação, voltada à causa dos pobres e índios, Dom Pedro Casaldáliga faz questão de levar uma vida simples em uma casa sem luxos, tanto que recebeu a equipe doRdnews utilizando o conhecido chinelo havaianas, que se tornou um simbolo da simplicidade do líder religioso.
Todos os cômodos são repletos de simbologia com fotos de mártires da igreja Católica como a de Dom Oscar Romero, arcebispo da arquidiocese de San Salvador, Capital de El Salvador, que foi morto na década de 1980, com um tiro, enquanto celebrava a Eucaristia na capela do hospital Divina Providência, além de livros e de itens religiosos.
A varanda da casa é como um espécie de museu sobre a história da vida de Pedro Casaldáliga e das pessoas que ajudaram a construir a história de luta do bispo, como da Irmãnzinha de Jesus Genoveva (da fraternidade de Foucauld), que chegou ao local ainda na década de 50. Há ainda uma canoa com itens que simbolizam a luta dele pelos índios, retirantes nordestinos e peões (ver foto).
 No fundo de sua casa, embaixo de uma mangueira, há uma capela em que o bispo emérito faz suas orações, a primeira do dia às 7h30, pouco antes de começar a atender as pessoas que o procuram, por volta das 8h. Ela foi construída com base no projeto de Cerezo Barredo, ao lado da primeira que era de pau a pique.
Dentro do santuário há algumas relíquias como o pedaço da túnica que Dom Oscar Romero usava quando foi assassinado. Assim como Casaldáliga, Romero se dedicou as causas dos pobres e, por isso, acabou assassinado. Há ainda um pedaço do crânio do padre jesuíta Ignacio Ellacuría, também morto na Capital salvadorenha, e o projétil que o matou. Tudo fica guardado dentro de uma caixa que fica no altar da Capela.
É possível observar ainda o mapa da África talhado em uma madeira. Acontece que Pedro é apaixonado por esse continente. Em princípio achou que iria ser missionário em alguma cidade africana, mas, depois, veio para a América Latina. Outra curiosidade acerca da capela é que seu formato arquitetônico nos dá a sensação de que duas mãos abraçam o local, a ideia é que provoquem a sensação de que seja as mãos de Deus, que acolhem e protegem.
Há ainda a imagem de Nossa Senhora do Araguaia para quem Casaldáliga fez um poema (ver foto).
Rotina
Apesar da saúde bastante debilitada por causa do Parkinson, Casáldáliga ainda é bastante ativo. Faz questão de ler e responder correspondências, com a ajuda do Padre Paulinho. Às 7h30 faz sua oração, entre 8h e 10h atende pessoas, descansa, almoça e volta a trabalhar das 14h às 16h. Depois é o momento de ler livros e jornais, para se manter atualizado. No cardápio  estão literaturas de teologia, política, jornais e revistas. 
Davi Valle
montagens-pedro
Padre Paulo explica ao Rdnews detalhes das relíquias e símbolos da capela de Dom Pedro Casaldáliga, como o pedaço da túnica do mártir Dom Oscar Romero

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