quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Políticos de Mato Grosso "carregam preconceito e ódio" e sofrem duro repudio

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Políticos de Mato Grosso "carregam preconceito e ódio" e sofrem duro repudio

19/12/2012 10:2024 h News
O episódio da luta pela terra na região do Vale do Araguaia, precisamente entre os municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, rendeu repúdio a uma parcela considerável de políticos de Mato Grosso, que se posicionaram contra a decisão da Justiça Federal de promover a reintegração da área em disputa para os índios Xavante – que a chamam de Terra Indígena Marãiwtsédé. Nota da Comissão Pastoral da Terra (CPT), um dos braços mais poderosos da organização católica, critica o teor das declarações de senadores, deputados federais e deputados estaduais por estarem “carregada de preconceito e ódio” contra os povos indígenas, ao expressar sua solidariedade  a causa. 
 
“Acreditamos que uma injustiça histórica está sendo reparada. No entanto, o que estamos assistindo, atualmente, é um quadro extremamente preocupante, de forte agressão ao Estado de Direito, por parte de grupos que historicamente exploraram a área indígena até a exaustão” – enfatiza a nota da CPT, que não poupa até mesmo o Governo do Estado e segmentos da imprensa por estarem, segundo os operadores da pastoral, “manipulando a verdade”.
 
A Pastoral da Terra cita a  Lei nº 9.564 de 2011 como exemplo. Pela permanência dos posseiros, a lei  autoriza a permuta com a Fundação Nacional do Índio (Funai), trocando a Terra Indígena Marãiwatsédé pelo Parque Estadual do Araguaia. O projeto foi apresentado pelo presidente da Assembléia Legislativa, José Geraldo Riva (PSD) e pelo deputado Adalto de Freitas (PMDB). 
 
Além disso, a Pastoral elenca “uma série de outros posicionamentos de políticos”  que, segundo a entidade, “merecem repúdio”. Entre outros, cita o  senador suplente José Aparecido dos Santos (PR), o “Cidinho”, publicada no jornal “Diário de Cuiabá”, em que afirma: “Hoje, podemos dizer que, primeiramente, existem os direitos dos índios e, depois, vêm os direitos dos humanos”.  Outro mencionado é o deputado federal Júlio Campos (DEM), “que protestou a favor dos intrusos, desconsiderando a vida e a história dos indígenas Xavantes na região, já fartamente comprovada nos laudos antropológicos”, segundo a nota. 
 
De acordo com a CPT, os posicionamento de resistência dos políticos “vem trazendo um clima irrespirável e conseqüências graves não somente para o povo Xavante, mas para toda a sociedade”. A atitude dos líderes políticos estariam, segundo a entidade, provocando e acirrando, a cada dia, “ódios e chantagens vingativas e violentas”. 
 
Com efeito, a nota da Pastoral classifica como “ações desumanas” e “ações absurda” dos ocupantes o bloqueio da BR 158. Na ocasião, se proibiu, mesmo com a escolta da Força Nacional, a trafegabilidade de uma ambulância que transportava uma indígena Xavante que se encontrava em trabalho de parto, necessitando, urgentemente, de cuidados médicos. “E, como não bastassem – frisa o documento -  os intrusos destruíram as pontes de acesso à aldeia Xavante, privando os indígenas do alimento e da água potável”.
 
E realça: “Uma absurda projeção de culpas tem recaído em quem sempre defendeu posseiros e indígenas, a exemplo do Bispo Pedro e outros agentes da Prelazia. Não podemos aceitar que a voracidade de lucro de poucos setores privilegiados possa levar ao desequilíbrio da violência e do ódio, renovados por essas atitudes. Esperamos que a intervenção do Ministério Público Federal possa dar um basta a estes graves abusos”.
 
Para desocupação da área, uma verdadeira operação foi montada para garantir a saída dos produtores. Junto com os mandados de desocupação, também foram  expedidos mandados de busca e apreensão de armas e demais utensílios bélicos que possam ser encontrados na terra indígena e cuja posse não for comprovada, acentua ainda a decisão federal.
 
Nota da Fundação Nacional do Indio informa que 41 fazendas já foram vistoriadas desde o início da desintrusão até o fim de segunda-feira, 17. Dessas propriedade, 18 estavam desocupadas. 

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