quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Reportagem Pública 2015: agora os leitores ocupam a redação

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Reportagem Pública 2015: agora os leitores ocupam a redação




imagem 1 - Eu apoio
Há uma inquietação no ar. Nas redes sociais as pessoas afirmam posições, denunciam, discutem, exigem transparência, acusam os meios de comunicação tradicionais de parcialidade, superficialidade, irrelevância.
Se a crítica ao descolamento do jornalismo do interesse público é a pedra fundamental da construção de novas formas de comunicação, a enchente de opiniões despejadas diariamente na internet revela os limites do debate desprovido de informação de qualidade.
Para avançar na discussão democrática, torna-se cada vez mais necessária a dedicação e o rigor da apuração jornalística profissional, pautada no interesse da maioria da sociedade, escavada na realidade das ruas, no cotidiano das comunidades, nos dados e documentos ocultados pelo poder público e pelas empresas que dominam a política e a economia.
A independência, a isenção e a consciência de seu papel de comunicador social são qualidades cada vez mais essenciais ao repórter dos novos tempos. Mais do que nunca, é preciso ir às fontes primárias, examinar as questões sob diversos ângulos, aprofundar, checar e rechecar o apurado em campo para produzir reportagens relevantes e reveladoras, com o poder de alimentar o debate democrático e questionar os donos do dinheiro e do poder.
Reconhecer que o jornalismo é assunto sério demais para deixar a cargo apenas dos jornalistas talvez seja o primeiro passo para que os profissionais estendam as mãos aos leitores interessados em contribuir para a construção de um jornalismo independente, legitimado pela participação social.
É essa a razão de ser do Reportagem Pública 2015, quando a redação da Pública se abre à colaboração do leitor, que vai eleger os temas das investigações e contribuir com a produção das reportagens, em um diálogo constante com editores e repórteres, por ele financiados. O que parecem ser as condições ideais para a produção de informação livre e independente.
A você, leitor, que acredita no jornalismo como instrumento do debate democrático, que considera a informação de qualidade essencial para a tomada de decisão individual e coletiva, é dedicado esse convite. Vamos produzir juntos reportagens que façam a diferença e construir juntos um novo jornalismo, capaz de municiar os cidadãos no legítimo desejo de transformar a sociedade e influir nos rumos do nosso país.

COMO VAI FUNCIONAR 
A partir de hoje, os leitores podem participar do Reportagem Pública 2015, através das doações feitas pelo site:  http://www.catarse.me/pt/reportagempublica2015.
Todos os doadores passam a fazer parte do nosso conselho editorial (o valor das doações é a partir de R$ 20). Os detalhes estão na página do projeto no Catarse.
Nossa meta é arrecadar 50 mil reais até o dia 7 de março. Com o dinheiro, vamos financiar dez reportagens ao longo do ano. No dia 15 de cada mês, três propostas de pauta serão colocadas para votação em um site feito especialmente para o projeto. Depois de escolhido o assunto, o conselho editorial passa a interagir com os repórteres da Agência Pública e a acompanhar de perto a produção da matéria. A partir de R$ 20,00, o leitor
Todos vão receber dos repórteres updates e fotos feitos durante a apuração eparticipar da discussão em um grupo fechado no Facebook. Um dia antes da publicação em nosso site, os leitores conselheiros vão receber a reportagem em PDF no seu e-mail.
Assim que a matéria for publicada, os jornalistas da Pública ficam disponíveis para participar  de hangouts com os leitores sobre a reportagem. Também estão previstos encontros na nossa redação para reunir leitores interessados e repórteres e um dia de workshop prático sobre como planejar e tocar uma pauta investigativa.
Do ponto de vista jornalístico, o mais importante será a possibilidade de investigar assuntos que estão na ordem do dia de acordo com a prioridade dos leitores. Por exemplo: se o projeto começasse hoje, poderíamos propor investigar as propriedades rurais da nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu; a crise da água em São Paulo e a gestão da Sabesp; ou a guerra por trás das campanhas eleitorais na internet.
Se você acompanha o nosso  trabalho e quer contribuir com nossa redação, participe!

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