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http://www.fase.org.br/v2/pagina.php?id=3930
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Nova publicação – Cartografia para resistência
Providência, Caju e Maré: territórios unidos historicamente pela influência do porto em seu cotidiano são objeto de análise do caderno “Cartografia social e urbana: transformações e resistências na região portuária do Rio de Janeiro”, que acaba de ser lançado pela FASE. O estudo detalha, a partir da fala dos próprios moradores e de pesquisa documental, as enormes mudanças impostas à região pelo modo de gerir a cidade – que se expressa em projetos como o Porto Maravilha e o Morar Carioca.
Os recentes reordenamentos das principais ruas da região e do Centro da capital fluminense nos fazem lembrar a todos que passam pela região da principal justificativa para as obras: mobilidade urbana. Além desta, outras questões emolduram o processo de exclusão, criminalização e opressão pelo qual vêm passado as parcelas mais pobres da população. Entre estas outras justificativas estão ideias gerais como a necessidade de ordem, desenvolvimento e revitalização, além das urgências impostas pela agenda da Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016.
CONTEÚDOS
Textos, fotos e mapa expõem detalhadamente as alterações e as violações de direitos relacionados à moradia, trabalho e cultura, com consequências diretas na vida dos 160 mil moradores da região – e impactos reais para toda a cidade. 605 famílias removidas, extinção de postos de trabalho sem promoção adequada de novos lugares, fechamento de três escolas estaduais e fechamento de terreiros de umbanda e candomblé são algumas das interferências detalhadas pelos participantes das oficinas de cartografia realizadas com 100 moradores em agosto de 2013.
A expressão das narrativas em mapas é um recurso utilizado por pesquisadores de diversas regiões do Brasil, em vários contextos. No caso da região portuária, a técnica ajuda a dar visibilidade aos grupos que resistem ao processo de reordenação urbana imposto pela prefeitura e por agentes privados. Durante o processo de cartografia os moradores revelaram também, novamente, a falta de diálogo que se impõe no contexto em que o urbano é mais o lugar para o desenvolvimento dos negócios e do lucro do que para a vida.
A primeira parte do caderno trata das informações sobre as principais obras e projetos em curso, contextualizando historicamente as mudanças já ocorridas na região. A segunda parte apresenta os resultados das oficinas, com os relatos dos moradores e os dados coletados. A parte central do caderno nos apresenta um mapa que referencia espacialmente as violações constatadas.
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