sábado, 3 de dezembro de 2011

PM do Maranhão pede desculpa


http://www.mst.org.br/node/12742

PM do Maranhão pede desculpa por repressão a lutas no campo


2 de dezembro de 2011

Da Página do MST


Os soldados da Polícia Militar do Maranhão, por meio da sua associação dos servidores públicos, manifestaram solidariedade à luta dos Sem Terra, indígenas e quilombolas, que promoveram neste ano uma série de mobilizações pela Reforma Agrária, demarcação e titulação de terras.

Em nota, a associação dos policiais pediu desculpas por contribuir pela violência no campo. “Temos que lamentar pela violência, oriunda dos conflitos de terra. Infelizmente ela acontece e nós, ao longo do tempo, tivemos nossa parcela de responsabilidade neste problema. Admitimos os nossos excessos e, agora, pedimos desculpas por eles”, diz nota da associação.

Os policiais militares, que estão em greve há mais de uma semana no Maranhão, reivindicam aumento salarial. Cerca de mil policiais militares e oficiais do Corpo de Bombeiros do Maranhão ocuparam na quarta-feira da semana passada a Assembleia Legislativa do Estado, após a categoria decretar greve por tempo indeterminado.

“Agora, quando grande parte da sociedade maranhense está sendo solidária conosco, queremos também deixar clara a nossa solidariedade com a luta dos quilombolas, dos índios, dos sem terra! Somos o mesmo povo, vítimas da mesma opressão, da mesma exploração que se alastras pelos quatro cantos do Maranhão”, diz a nota.

Os PMs pressionam o governo do Estado a conceder aumento salarial de 30%, referente às perdas salariais dos últimos três anos. Eles também reivindicam modificações de critérios de promoção e reorganização do quadro de oficiais, implementação de jornada de trabalho de 44 horas semanais, eleição do Comandante Geral da Polícia Militar, entre outros benefícios.
Abaixo, leia a "Carta aberta à população brasileira", da Associação dos Servidores Públicos Militares do Maranhão.


Hoje, quando a nossa categoria está em greve em todo o Maranhão, está chegando a São Luís grupos de quilombolas e de lavradores sem terra. Eles, que após sucessivos acampamentos, vem novamente à nossa capital, desta vez para tratar com o presidente nacional do INCRA.

Sabemos que, historicamente, a relação entre a Polícia Militar e as organizações populares em nosso país não é boa. Porém, neste momento importante da história, onde lutamos por dignidade e melhores condições de trabalho, achamos oportuno falar desta outra luta, travada pelos homens e mulheres do campo. Primeiro, Por outro lado, agora, quando grande parte da sociedade maranhense está sendo solidária conosco, queremos também deixar clara a nossa solidariedade com a luta dos quilombolas, dos índios, dos sem terra! Somos o mesmo povo, vítimas da mesma opressão, da mesma exploração que se alastras pelos quatro cantos do Maranhão!

Por outro lado, agora, quando grande parte da sociedade maranhense está sendo solidária conosco, queremos também deixar clara a nossa solidariedade com a luta dos quilombolas, dos índios, dos sem terra! Somos o mesmo povo, vítimas da mesma opressão, da mesma exploração que se alastras pelos quatro cantos do Maranhão!

É importante, antes de tudo, reconhecer que nós somos todos irmãos!

Hoje, nós estamos acampados na Assembléia Legislativa, querendo condições de trabalho para sustentar nossas famílias, enquanto eles querendo a terra, também para comer e sustentar os seus filhos. É nosso desejo que - nesta circunstância absolutamente atípica - se possa tentar inaugurar um novo momento entre os servidores públicos militares do Maranhão e as organizações sociais do campo e da cidade.

Achamos importante dar este  exemplo para o Brasil, mostrando o verdadeiro valor do nosso povo, a grandeza da nossa gente e gritando bem alto que hoje, no Maranhão, não se consente mais esperar!
  
São Luís, 29 de novembro de 2011

Associação dos Servidores Públicos Militares do Maranhão


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