http://www.oeco.com.br/cop17/25486-paises-em-desenvolvimento-mais-vulneraveis-a-desastres-climaticos-
30 de Novembro de 2011
Durban-O calor de mais de 30 graus celsius em Durban, na tarde desta quarta-feira, parece confirmar as perspectivas de aquecimento global. Não há ar condicionado suficiente para amenizar a sensação térmica de hoje. E a previsão de fortes chuvas, para amanhã e sexta, reafirmam a frequência de eventos extremos na última década.
Nessas condições, acabou sendo muito apropriada a coletiva de imprensa concedida pelos representantes do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC – na sigla em inglês) na 17ª Convenção das Partes (COP17). A diretora executiva do II Grupo de Trabalho - Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade, Kristie Ebi, e o pesquisador senior líder do time de Redução dos Riscos Climáticos do Instituto Ambiental de Estocolmo (SEI, siga em inglês), Richard Klein, apontaram os principais resultados do relatório lançado este mês: Managing the Risks of Extreme Events and Disasters to Advance Climate Change Adaptation.
Kristie afirma que os países desenvolvidos sofrem mais perdas econômicas, em casos de eventos extremos, dos que os em desenvolvimento. Entretanto, esses últimos sofrem mais com fatalidades. “De 1970 até 2008, mais de 95% dos desastres que resultaram em perdas de vidas humanas aconteceram nos países em desenvolvimento”, revela.
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Sobre a pesquisa do IPCC e seus relatórios, cuja credibilidade vem sendo questionada recorrentemente na Internet pelos céticos das mudanças do clima, o pesquisador Klein responde que o processo de elaboração dos estudos do IPCC é totalmente aberto, com a disponibilidade de acessar qualquer documento no site da organização.
“Existem céticos e ex revisores dos relatórios do IPCC, os quais não tiveram as suas ideias publicadas, que acusam falta de seriedade no trabalho. No entanto, não há nada provado ou concreto contra a pesquisa que o IPCC faz, até porque usamos como referência estudos confiáveis realizados por diversos pesquisadores do mundo, sem nenhum interesse de modificar os dados”, justifica.
Entre os estudos de caso realizados, destaca-se os dados relativos ao Zimbábue, na África. A vulnerabilidade e exposição da região são tantas que mesmo se não houvesse mudanças climáticas e eventos extremos a população sofreria impactos significativos. A falta de saneamento básico, junto à modificação do regime de chuvas na última década, permitiu que a cólera atingisse mais de 90 mil africanos, dos quais 4 mil morreram.
Saiba mais
Site do IPCC
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