sexta-feira, 19 de julho de 2013

Líder indígena é assassinado em ataque após 100 dias de protesto

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Líder indígena é assassinado em ataque após 100 dias de protesto

Tatiana Félix
Adital
O assassinato do líder indígena Lenca, Tomas García Domínguez, decorrente de um ataque na manhã de ontem (15), em Intibucá, Honduras, enquanto a comunidade indígena se deslocava para um plantão pacífico em frente às instalações do projeto hidroelétrico Água Zarca das empresas DESA e SINOHIDRO, indignou a comunidade de Río Blanco, que se mobilizava há mais de 100 dias em protesto contra a obra.De acordo com integrantes das comunidades locais, o ataque foi protagonizado por militares. Além da morte do indígena que integrava o Conselho Indígena Lenca e o Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), o filho dele, Allan García Domínguez (foto) e outras três pessoas ficaram gravemente feridas.
"É inaceitável que o Estado de Honduras, através de militares e policiais intimidem e assassinem membros das comunidades que defendem de maneira pacífica os recursos comunitários”, declarou o Centro de Prevenção, Tratamento e Reabilitação de Vítimas da Tortura e seus familiares (CPTRT).
Segundo a entidade, o governo desrespeitou o Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que garante os direitos dos povos indígenas, ao fazer a concessão para o projeto hidroelétrico. "Expressamos nossa solidariedade e demandamos a desmilitarização que atropela os direitos do povo indígena Lenca, que se detenha a construção da represa e que os responsáveis do assassinato de Tomas García Domínguez sejam levados para a justiça”, enfatizou.
De acordo com o Copinh, na última sexta-feira (12) carros da empresa Desenvolvimento Energético Sociedade Anônima (DESA) foram vistos se deslocando para a comunidade de Unión, onde teriam se encontrado com assassinos conhecidos da região, com a provável intenção de pressionar, violar e reprimir a comunidade indígena em prol da obra hidroelétrica. Ontem (15), quando se completavam 106 dias de resistência comunitária contra o projeto, as comunidades indígenas haviam planejado desenvolver uma ação em defesa do território e do rio Gualcarque, em rechaço à iniciativa que privatiza a água, rios, territórios e energia, mas foram surpreendidas pelo ataque.
Com informações do CPTRT e do COPINH.

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