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http://site.adital.com.br/site/noticia.php?boletim=1&lang=PT&cod=80236
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Professores são impedidos de assumirem seus cargos por serem obesos
Natasha Pitts
Adital
Para o Estado de São Paulo, o peso dos professores é um empecilho para que eles possam assumir uma sala de aula e transmitir seus conhecimentos. Não é piada. Profissionais que passaram no último concurso público estadual e enfrentaram todas as etapas do processo estão sendo impedidos de assumir a função por conta da obesidade. Diante da situação, os professores estão se mobilizando, acionando os sindicatos e a Justiça para terem sseu direito respeitado.
De acordo com Paulo Neves, professor e secretário adjunto de Comunicações da subsede São Bernardo do Campo do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), em entrevista à Adital, pelo menos 20 professores já foram considerados inaptos pelo Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME) por conta da obesidade. O setor jurídico do sindicato está acompanhando as ações judiciais iniciadas pelos professores contra o Estado para pleitear seu ingresso ao cargo e exigir reparação por danos morais e financeiros.
"A maior ironia nisso tudo é que 90% dos professores já estão nas salas de aula da rede estadual de ensino e agora estão sendo impedidos de assumir outro cargo no mesmo órgão empregador. Não tem lógica nem cabimento. O Sindicato considera essa atitude uma discriminação totalmente sem fundamento. A categoria repudia a decisão do Estado mais ainda porque estamos em um país com sérios problemas na educação”, destaca Neves.
A professora de sociologia Bruna Giorjiani de Arruda, de 28 anos, aprovada em segundo lugar, e José Luís de Sá da Silva, 21 anos, formado em Química, classificado em quinto lugar no concurso da Secretaria de Educação são alguns dos lesados pela decisão do Governo de São Paulo. Ambos já lecionam em escolas da rede estadual, mas estão sendo impedidos de assumir o cargo de professor efetivo. Os dois foram considerados inaptos pela perícia médica por apresentarem ‘obesidade mórbida’, ou seja, Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 40.
"Isso é muito humilhante para um professor, principalmente porque a maioria já desempenha um excelente trabalho na rede estadual. Ao invés de barrar o professor por acreditar que ele não vai conseguir exercer a profissão por muito tempo por ser obeso, o Estado deveria disponibilizar um sistema de saúde eficiente para atender a quem necessitar”, critica o professor Paulo Neves.
Em nota enviada a veículos de comunicação a Secretaria de Gestão Pública explicou que a atitude não se trata de preconceito e, na verdade, é uma forma de zelar pelo interesse coletivo, além de provisionar futuros custos que caberiam ao Estado, como licenças médicas e afastamentos.
"Muito acima do prejuízo financeiro, está o dano administrativo e de procedimentos, principalmente em se tratando do sistema educacional, que requer uma preocupação ainda maior na análise a longo prazo”, justificam em nota.
Não é a primeira vez que o Governo do Estado de São Paulo, comandado por Geraldo Alckmin, do PSDB, procede dessa forma. Em 2011, profissionais aprovados em concurso público da rede estadual de ensino também foram barrados por serem obesos ou terem sofrido de depressão. A justificativa da Secretaria de Gestão Pública foi que não poderia admitir funcionário doente, uma vez que ele poderia faltar por motivos de saúde. Sendo assim, a medida havia sido tomada em benefício do bom funcionamento da rede de ensino. Na época, os aprovados entraram com recurso e pediram nova perícia médica. Boa parte conseguiu ser reavaliada e aprovada.
De acordo com Paulo Neves, professor e secretário adjunto de Comunicações da subsede São Bernardo do Campo do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), em entrevista à Adital, pelo menos 20 professores já foram considerados inaptos pelo Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME) por conta da obesidade. O setor jurídico do sindicato está acompanhando as ações judiciais iniciadas pelos professores contra o Estado para pleitear seu ingresso ao cargo e exigir reparação por danos morais e financeiros.
"A maior ironia nisso tudo é que 90% dos professores já estão nas salas de aula da rede estadual de ensino e agora estão sendo impedidos de assumir outro cargo no mesmo órgão empregador. Não tem lógica nem cabimento. O Sindicato considera essa atitude uma discriminação totalmente sem fundamento. A categoria repudia a decisão do Estado mais ainda porque estamos em um país com sérios problemas na educação”, destaca Neves.
A professora de sociologia Bruna Giorjiani de Arruda, de 28 anos, aprovada em segundo lugar, e José Luís de Sá da Silva, 21 anos, formado em Química, classificado em quinto lugar no concurso da Secretaria de Educação são alguns dos lesados pela decisão do Governo de São Paulo. Ambos já lecionam em escolas da rede estadual, mas estão sendo impedidos de assumir o cargo de professor efetivo. Os dois foram considerados inaptos pela perícia médica por apresentarem ‘obesidade mórbida’, ou seja, Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 40.
"Isso é muito humilhante para um professor, principalmente porque a maioria já desempenha um excelente trabalho na rede estadual. Ao invés de barrar o professor por acreditar que ele não vai conseguir exercer a profissão por muito tempo por ser obeso, o Estado deveria disponibilizar um sistema de saúde eficiente para atender a quem necessitar”, critica o professor Paulo Neves.
Em nota enviada a veículos de comunicação a Secretaria de Gestão Pública explicou que a atitude não se trata de preconceito e, na verdade, é uma forma de zelar pelo interesse coletivo, além de provisionar futuros custos que caberiam ao Estado, como licenças médicas e afastamentos.
"Muito acima do prejuízo financeiro, está o dano administrativo e de procedimentos, principalmente em se tratando do sistema educacional, que requer uma preocupação ainda maior na análise a longo prazo”, justificam em nota.
Não é a primeira vez que o Governo do Estado de São Paulo, comandado por Geraldo Alckmin, do PSDB, procede dessa forma. Em 2011, profissionais aprovados em concurso público da rede estadual de ensino também foram barrados por serem obesos ou terem sofrido de depressão. A justificativa da Secretaria de Gestão Pública foi que não poderia admitir funcionário doente, uma vez que ele poderia faltar por motivos de saúde. Sendo assim, a medida havia sido tomada em benefício do bom funcionamento da rede de ensino. Na época, os aprovados entraram com recurso e pediram nova perícia médica. Boa parte conseguiu ser reavaliada e aprovada.
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