carta maior
http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Os-7-principais-acontecimentos-de-2015/6/35200
Flavio Aguiar, de Berlim.
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Os 7 principais acontecimentos de 2015
É muito difícil resumir um ano. Sendo assim, tive de escolher um critério: o de destacar acontecimentos que alteraram a ordem - ou a desordem - geopolítica
É muito difícil resumir um ano, ainda mais um ano tão complicado quanto este de 2015. Sendo assim, tive de escolher um critério: o de destacar acontecimentos que alteraram a ordem - ou a desordem - geopolítica mundial.
1) O acordo sobre o programa nuclear do Irã. Este acordo mudou a mapa-mundi pelo alcance dos seus signatários. Além do governo de Teerã, assinaram-no EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha, ou seja, os países com assento permanente e poder de veto no Conselho de Segurança da ONU mais a principal economia da Europa. A assinatura do acordo reinseriu o Irã na órbita do capitalismo ocidental, além deste país contar com o apoio da Rússia e da China, e estabeleceu um novo equilíbrio no desequilibrado Oriente Médio. A ver se ele sobrevive à eleição norte-americana de 2016, já que os republicanos afirmam que vão jogá-lo no lixo.
2) A reaproximação entre Cuba e EUA. Promovida explicitamente pelo Vaticano, mas também com aprovação pelo Brasil (é bom lembrar), esta reaproximação pôs fim à antiga Guerra Fria no continente americano. Agora os dois países estão fazendo movimentos na direção de acertar voos diretos entre eles. Também a ver se ele vai sobreviver à eleição norte-americana de 2016, pelo mesmo motivo do acordo anterior.
3) Falando em Vaticano, o Papa Francisco I afirmou-se como a liderança europeia mais à esquerda no cenário mundial, batendo até Alexis Tsipras, da Syriza, que teve de curvar-se aos ditames de Frau Merkel e da hegemonia neo-liberal na Zona do Euro.
4) A crise dos refugiados na Europa. Além de seu aspecto humanitário, a crise dos refugiados está mudando o panorama social e político do continente europeu. A União Europeia vem enfrentando um desafio tão grande ou maior para sua sobrevivência que a crise financeira deflagrada em 2007/2008 e continuada pelas políticas recessivas da “austeridade”. Em seu bojo vem também o fortalecimento da extrema-direita em escala continental.
5)A consolidação do Estado Islâmico como principal força dos sectários que agem em nome de uma interpretação beligerante e terrorista do Islã, suplantando a Al Qaida e o Boko Haram. O E.I. em 2015 deflagrou uma campanha de alcance mundial, além de dominar vasto território da Síria e também do Iraque. Lançou ataques na Tunísia, Egito, Líbano, Iêmen, Turquia, França, e ameaça a Europa inteira. Como desdobramentos de sua presença ressalta-se a afirmação internacional dos curdos como principal força de resistência em terra, apesar da má vontade da Turquia, e a volta da Rússia a ações militares de porte fora de seu território, até mesmo em cooperação, embora difícil, com os Estados Unidos e seus aliados.
6)A COP21. O acordo da COP21, que também vai passar pela prova das eleições norte-americanas, uma vez que os republicanos também querem coloca-lo na lata de lixo da História, alterou o mapa-mundi. Sobretudo pelo seu aspecto vinculante em relação aos 196 signatários (algumas fontes falam em 195), e também pelo estabelecimento de um teto para o aquecimento, 2 *C acima do nível da temperatura pré-industrial, mas também de um objetivo, 1,5 *C. O protagonismo brasileiro foi fundamental para o sucesso deste encontro, que reverteu a tendência de muito falar e pouco fazer.
7) O controle da epidemia do Ebola. A epidemia deste vírus, que deixou atrás de si um rastro de mais de 11 mi mortos e a desorganização da vida comunitária de centenas de milhares de pessoas, atingiu uma nova fronteira, com sua disseminação em centros urbanos de porte médio e grande na África. Graças a isto ela tornou-se um risco em escala mundial, e obrigou a criação de medidas internacionais para conte-la. Em contrapartida, pela primeira vez vislumbra-se a possibilidade da criação industrial de uma vacina, graças também a esta cooperação internacional.
Voltaremos no ano que vem. Feliz Natal e até lá.
1) O acordo sobre o programa nuclear do Irã. Este acordo mudou a mapa-mundi pelo alcance dos seus signatários. Além do governo de Teerã, assinaram-no EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha, ou seja, os países com assento permanente e poder de veto no Conselho de Segurança da ONU mais a principal economia da Europa. A assinatura do acordo reinseriu o Irã na órbita do capitalismo ocidental, além deste país contar com o apoio da Rússia e da China, e estabeleceu um novo equilíbrio no desequilibrado Oriente Médio. A ver se ele sobrevive à eleição norte-americana de 2016, já que os republicanos afirmam que vão jogá-lo no lixo.
2) A reaproximação entre Cuba e EUA. Promovida explicitamente pelo Vaticano, mas também com aprovação pelo Brasil (é bom lembrar), esta reaproximação pôs fim à antiga Guerra Fria no continente americano. Agora os dois países estão fazendo movimentos na direção de acertar voos diretos entre eles. Também a ver se ele vai sobreviver à eleição norte-americana de 2016, pelo mesmo motivo do acordo anterior.
3) Falando em Vaticano, o Papa Francisco I afirmou-se como a liderança europeia mais à esquerda no cenário mundial, batendo até Alexis Tsipras, da Syriza, que teve de curvar-se aos ditames de Frau Merkel e da hegemonia neo-liberal na Zona do Euro.
4) A crise dos refugiados na Europa. Além de seu aspecto humanitário, a crise dos refugiados está mudando o panorama social e político do continente europeu. A União Europeia vem enfrentando um desafio tão grande ou maior para sua sobrevivência que a crise financeira deflagrada em 2007/2008 e continuada pelas políticas recessivas da “austeridade”. Em seu bojo vem também o fortalecimento da extrema-direita em escala continental.
5)A consolidação do Estado Islâmico como principal força dos sectários que agem em nome de uma interpretação beligerante e terrorista do Islã, suplantando a Al Qaida e o Boko Haram. O E.I. em 2015 deflagrou uma campanha de alcance mundial, além de dominar vasto território da Síria e também do Iraque. Lançou ataques na Tunísia, Egito, Líbano, Iêmen, Turquia, França, e ameaça a Europa inteira. Como desdobramentos de sua presença ressalta-se a afirmação internacional dos curdos como principal força de resistência em terra, apesar da má vontade da Turquia, e a volta da Rússia a ações militares de porte fora de seu território, até mesmo em cooperação, embora difícil, com os Estados Unidos e seus aliados.
6)A COP21. O acordo da COP21, que também vai passar pela prova das eleições norte-americanas, uma vez que os republicanos também querem coloca-lo na lata de lixo da História, alterou o mapa-mundi. Sobretudo pelo seu aspecto vinculante em relação aos 196 signatários (algumas fontes falam em 195), e também pelo estabelecimento de um teto para o aquecimento, 2 *C acima do nível da temperatura pré-industrial, mas também de um objetivo, 1,5 *C. O protagonismo brasileiro foi fundamental para o sucesso deste encontro, que reverteu a tendência de muito falar e pouco fazer.
7) O controle da epidemia do Ebola. A epidemia deste vírus, que deixou atrás de si um rastro de mais de 11 mi mortos e a desorganização da vida comunitária de centenas de milhares de pessoas, atingiu uma nova fronteira, com sua disseminação em centros urbanos de porte médio e grande na África. Graças a isto ela tornou-se um risco em escala mundial, e obrigou a criação de medidas internacionais para conte-la. Em contrapartida, pela primeira vez vislumbra-se a possibilidade da criação industrial de uma vacina, graças também a esta cooperação internacional.
Voltaremos no ano que vem. Feliz Natal e até lá.
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