sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Fórum lança relatório sobre Direitos Humanos e da Terra em Cuiabá/MT; CEBs participam

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Fórum lança relatório sobre Direitos Humanos e da Terra em Cuiabá/MT; CEBs participam



Fórum lança relatório sobre Direitos Humanos e da Terra em Cuiabá/MT; CEBs participam

Texto: Gibran Lachowski/assessoria comunicação Regional Oeste 2
Fotos: Ana Paula Carnahiba/asses. comunicação Regional Oeste 2
Integrantes de movimentos sociais, comitês, sindicatos, Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), congregações religiosas e da rede pública de educação participaram do lançamento do relatório do Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso. A atividade ocorreu nesta quarta-feira à noite (dia 04), em Cuiabá/MT, no salão paroquial da igreja do Rosário e São Benedito, e fez parte da programação do 25º Grito d@s Excluíd@s. Houve lanche com frutas, sanduíches, bolos, sucos e café. Teve música, mãos dadas, punhos cerrados e muita animação. Confira galeria de fotos ao final da matéria.
Cerca de 70 pessoas participaram do lançamento do relatório, que está na quinta edição. Algumas delas falaram sobre os textos publicados no livro. O material é resultante do esforço de dezenas de pessoas e entidades, entre elas várias ligadas à igreja, como Centro Burnier Fé e Justiça, Pastoral do Migrante, CEBs e Conselho Indigenista Missionário (Cimi). O relatório é um instrumento de DENÚNCIA dos problemas da realidade e ANÚNCIO de como encarar e viver a vida. O material tem uma palavra central, que é ESPERANÇAR. Esperançar é o contrário de esperar. É agir e fazer acontecer.

DENÚNCIA

Valdir Seze, da Comissão Pastoral da Terra (CPT)/Nova Canaã do Norte, foi uma das pessoas que apresentou o relatório. Ele falou que a violência no campo é causada por um conjunto de crimes e eles são cometidos principalmente pelos grandes fazendeiros. Entre os crimes estão:
– a grilagem de terras pelos empresários do agronegócio;
– o desmatamento ilegal;
– a extração ilegal de madeira e minérios;
– a exploração de trabalhadoras e trabalhadores;
– a concentração de muitas terras em poucas mãos;
– a sonegação de impostos (pelos grileiros de terras).
“E quando o povo se organiza pra sair do sofrimento, lutar pelos direitos e cobrar das autoridades, aí vem o conflito. Por isso este relatório dos direitos humanos é uma denúncia”, disse Valdir.

PARTE A PARTE

O relatório é dividido em quatro partes: Esperançares Basilares, Esperançares e Trabalho, Esperançares Socioambientais e Esperançares de Constituição. A primeira reflete sobre as situações urbanas, do campo e territórios no que diz respeito à política de proteção e direitos humanos. A segunda parte traz questões como o trabalho escravo, agronegócio, migrantes e pessoas atingidas por barragens.

Integrantes das CEBs e Pastoral da Juventude.

A terceira mostra a realidade dos povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e outros grupos afetados pelo agrotóxico e pelo colapso climático. E a quarta parte do relatório reflete sobre as dimensões religiosa e espiritual, do corpo feminino e das lutas de gênero, além da comunicação popular.

ESPERANÇA

O bispo emérito de São Félix do Araguaia/MT, dom Pedro Casaldáliga, diz que a esperança é revolucionária. E que, apesar da dificuldade, é preciso ter ânimo e seguir em frente. Nessa sintonia é que Glória Maria Muñoz falou da organização e resistência das mulheres da região da Baixada Cuiabana.
São mulheres da cidade e do campo. A maioria é pobre e sofre violência. Mas resistem e não desistem. E ainda são apoio umas para as outras. “Uma parte delas mexe com empreendimentos solidários, de forma cooperativa. Elas se ajudam quando um equipamento de trabalho quebra, fazendo promoções para juntar dinheiro. Isso é lindo e maravilhoso”. Glória faz parte do Fórum de Mulheres Negras/MT e escreveu o texto em parceria com a doutoranda em Educação, Denize Rodrigues de Amorim.

LEIA O RELATÓRIO

Acesse e baixe a quinta edição do Relatório dos Direitos Humanos e da Terra aqui. Ou aqui. E no site você pode ler os quatro relatórios anteriores.

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