segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Mulheres realizam ‘Palanque Feminista” para denunciar dificuldades

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Mulheres realizam ‘Palanque Feminista” para denunciar dificuldades

Marcela Belchior
Adital
Rotina de trabalho exaustiva e acumulada, falta de atendimento médico especializado em saúde da mulher, além de violência física e psicológica sofrida em vários âmbitos da sociedade — desde o ambiente familiar até o profissional — são algumas das principais dificuldades enfrentadas pelas mulheres pernambucanas. Para discutir essas e outras questões, o Fórum de Mulheres de Pernambuco (FMPE) realizou, nesta segunda-feira, 25 de agosto, no centro da cidade de Recife, capital do Estado de Pernambuco, o Palanque Feminista, onde foram apresentadas demandas, denúncias e críticas das mulheres.
O conjunto de questões levantadas pelo grupo está contido na Declaração do Encontro Estadual do FPME, realizado nos últimos dias 23 e 24 de agosto, também em Recife. Dentre os assuntos abordados, soma-se a falta de oferta de transporte público precário pelos governos, a ausência de políticas públicas no combate à violência sexual, além de uma estrutura de poder político ainda centralizada no universo do gênero masculino. Até o momento do Encontro, foram realizadas escutas nas várias regiões do Estado de Pernambuco.
Em entrevista à Adital, uma das coordenadoras do Fórum e residente na região pernambucana do Pajeú, Célia Sousa destaca que o encontro foi fruto de uma série de discussões regionais, promovendo escutas em torno das necessidades apontadas pelas próprias mulheres. "Foi muito interessante porque o Fórum fez um apanhado de questões importantes a partir das falas das mulheres de várias localidades”, explica.
No que tange ao enfrentamento dos vários tipos de violência contra a mulher, Célia chama a atenção que esse crime pode ser praticado inclusive contra idosas pela própria família e enfatiza o crescimento do número de casos de mulheres que são agredidas pelos próprios companheiros. Nesse quesito, segundo ela, as políticas públicas em Pernambuco e no Brasil ainda não alcançam as reais necessidades femininas e feministas. "Não há delegacia suficiente e, hoje, há um índice crescente de mortalidade por violência contra a mulher”, destacou.
Quanto à saúde, a coordenadora do Fórum relembra que o acesso a atendimento de ginecologia continua escasso no Estado e no país, deixando vulnerável a saúde sexual e reprodutiva das mulheres. "E há também cada vez mais casos de depressão, por conta, muitas vezes, da alta carga de trabalho e responsabilidades atribuída à mulher”, afirmou.
Referência para movimento
Palanque Feminista também destacou a importância do feminismo na construção de relações de igualdade entre homens, mulheres e as relações de gênero que circundam esse universo. A coleta de informações servirá de referência para as ações do movimento feminista do Estado e também nas articulações de lutas sociais em âmbito nacional.

Marcela Belchior

Jornalista da ADITAL

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