sexta-feira, 11 de julho de 2014

Indígena mato-grossense do Parque Nacional do Xingu conclui mestrado na UnB

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Indígena mato-grossense do Parque Nacional do Xingu conclui mestrado na UnB

Da Redação - Stéfanie Medeiros
Foto: Marcelo Jatobá/UnB Agência
Indígena mato-grossense do Parque Nacional do Xingu conclui mestrado na UnB
Em Mato Grosso, há uma aldeia chamada Kaupüna, localizada no Parque Nacional do Xingu. Nascido nesta região, o indígena Makaulaka Mehinako, 33 anos, é a terceira pessoa desta aldeia a conquistar o título de mestre.

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Makaulaka defendeu sua tese pela Universidade de Brasília (UnB), uma das mais requisitadas do País. Ele estudou a língua Imiehünaku (Mehinaku), de família linguística Aruak, falada apenas por cerca de 300 integrantes da etnia Mehinako, da qual ele também faz parte.

De acordo com a Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), somente aos 14 anos Makaulaka aprendeu a ler e escrever, mas seu professor logo viu que tinha capacidade intelectual e o incentivou a seguir em frente. Levando os estudos adiante, apesar das muitas dificuldades, em 2000 terminou o magistério, sob a coordenação do Instituto Socioambiental (ISA), que atua junto aos povos xinguanos.

No ano seguinte, em 2011, começou a funcionar o Projeto 3º Grau Indígena promovido pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), em Barra do Bugres (MT), que oferta cursos para a formação de professores indígenas, e ele fez Ciências Sociais. Depois fez ainda uma especialização na área da educação, chegando ao mestrado em linguística.

“Meu objeto de estudo foi minha própria língua. Aprofundei o parco conhecimento linguístico existente sobre a Mehináku”, explica. Cada um dos povos que vive no Xingu fala um idioma próprio. No caso da língua Mehináku, como explica Makaulaka, “é rica em verbetes como qualquer outra”, para que possam se referir a tudo que compõe o mundo em que vivem. Esse é um universo cultural brasileiro pouco conhecido e diverso. 


Makaulaka atua hoje como professor concursado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e recebe salário para isso. “Meu desafio é manter a vitalidade da língua Mehináku, que é boa, o que significa que é falada pela maioria da nossa comunidade. O que me preocupa é futuro dessa língua. Será um trabalho suado para fazermos uma política linguística, para que exista como é hoje”




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