segunda-feira, 6 de maio de 2013

Conjuntura da Semana. Governo e movimento social: Diálogo subordinado ao modelo fordista desenvolvimentista

IHU
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/519866-conjuntura-da-semana-governo-e-movimento-social-dialogo-subordinado-ao-modelo-fordista-desenvolvimentista



Conjuntura da Semana. Governo e movimento social: Diálogo subordinado ao modelo fordista desenvolvimentista

A análise da Conjuntura da Semana é uma (re) leitura das Notícias do Dia publicadas diariamente no sítio do IHU. A análise é elaborada, em fina sintonia com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT, parceiro estratégico do IHU, com sede em Curitiba-PR, e por Cesar Sanson, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, parceiro do IHU na elaboração das Notícias do Dia.
Sumário
O diálogo entre iguais
Movimento sindical: relação tensa, mas sem rupturas
Ausência de diálogo
Movimento indígena: quando o dialogo se transforma em monólogo
Conjuntura da Semana em frases
Eis a análise.
O governo dialoga e conversa com seus iguais no movimento social. Foi o que se viu nesses dias por ocasião do 1º de maio. Apesar das tensões, o governo conversou com as centrais e ajustou os ponteiros para uma mesa de negociação. O mesmo, porém, não acontece com outros movimentos sociais como demonstrado no ‘abril indígena’.
Poder-se-ia dizer que o governo “sabe” conversar com movimentos que estão na esfera produtivista-consumista, na esfera do formal, subordinada ao modelo fordista desenvolvimentista. O governo dialoga com o movimento “branco”, “disciplinado” às regras do jogo por ele imposto, porém, não sabe dialogar com os movimentos “étnicos”, com os movimentos que estão fora da lógica formal ou que não aceitam e resistem subordinar-se à agenda fordista desenvolvimentista.
Aos que não foram assimilados pelo modelo ‘fordista’ a solução são as políticas compensatórias, porém, aos que se recusam subordinar-se a essa lógica, como o movimento indígena, o diálogo inexiste. A recusa de diálogo é porque o governo não tem nada a oferecer a não ser a subordinação ao seu projeto. A agenda do governo com os movimentos sociais circunscreve-se à sua agenda e ao seu modelo.
O diálogo entre iguais
Movimento sindical: relação tensa, mas sem rupturas
Desde a chegada de Lula ao poder, a porção majoritária do movimento sindical brasileiro tem estado ao lado do governo. Com exceção da CSP-Conlutas e da Intersindical – oriundas de cisões na CUT –, as demais centrais por afinidade ideológica com o modelo – CUT – ou por conveniência e pragmatismo – Força – perfilam-se no apoio ao governo.
A relação do governo Dilma Rousseff, entretanto, com o movimento sindical tem sido difícil. Gilberto Carvalho, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, escalado por Dilma para representá-la nos palanques das centrais sindicais do 1º de maio foi testemunha das reclamações do tratamento que o movimento sindical vem recebendo do Palácio do Planalto.
Parte das críticas das centrais contra o governo deve-se ao clima dos palanques do 1º de maio e da retórica própria do discurso das lideranças nesses momentos. Há, entretanto, certa nostalgia do período Lula em que os sindicalistas tinham acesso direto ao presidente e aos seus afagos. Com Dilma, a relação é outra e o tratamento é frio e distante.
Força Sindical aproveitou o 1º de maio para elevar o tom contra o governo. A central que se confunde com os interesses políticos do seu presidente, Paulo Pereira da Silva, indica que a sua estratégia é a de “vender” caro um possível apoio à reeleição de Dilma Rousseff. É nessa perspectiva que deve ser compreendida a proposta da ressurreição do “gatilho” salarial apresentada num momento de repique inflacionário. A proposta foi taxada de oportunista pelo governo e irritou profundamente o Palácio do Planalto.
CUT, por razões distintas da Força Sindical, também elevou o tom da voz contra o governo. As queixas da central são de que o governo tem sido insensível para com a agenda do mundo do trabalho. Essa é a principal crítica da principal aliada sindical do governo: “Nós queremos ser ouvidos”, disse Vagner Freitas, presidente da maior central sindical brasileira, a CUT.
CUT, e outras centrais por extensão, reclamam de que o governo tem sido generoso com o capital produtivo – extensa pauta de desonerações tributárias – e pouco sensível para com reivindicações históricas como a redução da jornada de trabalho e, mais recentemente, o pedido de revisão no fator previdenciário. Questionou o presidente da CUT: "Queremos que se reduza a jornada de trabalho. Por que pode desonerar a folha de pagamento e colocar recursos para o empresariado e não pode diminuir a jornada do trabalho?".
A percepção do movimento sindical é que o governo tem feito pouco para avançar numa agenda afirmativa do mundo do trabalho. No governo, entretanto, há certa postura de “tarefa cumprida” na relação com os trabalhadores. Essa postura se traduz na ideia de que na Era Lula houve grande geração de empregos, aumento real do salário mínimo, recuperação da massa salarial, oferta de crédito, aumento do poder de consumo.
Essa postura foi vista nos palanques do 1º de maio do ano passado quando o ministro Gilberto Carvalho discursou: “Estamos felizes. No 1º de Maio na Europa, os trabalhadores estão fazendo protestos e aqui o clima é outro, de pleno emprego, economia crescendo e distribuição de renda”.
discurso foi repetido nesse 1º de maio: “É importante celebrarmos hoje a conquista, sobretudo dos últimos dez anos, quando a classe trabalhadora deixou de ser marginalizada e passou a ser contemplada, efetivamente por políticas sérias de governo de inclusão social”. Segundo ele, 86% das categorias tiveram aumento real de salário o que significa que, apesar de a economia não estar tendo um grande crescimento, o trabalhador está conquistando crescimento em seu salário.
O discurso otimista e triunfalista do governo precisa, entretanto, ser relativizado. É inegável a diminuição do desemprego no Brasil nos últimos anos, mas também não deixa de ser verdade o fato de que o mercado de trabalho na última década vai se constituindo de forma bastante precária – a tônica preponderante são os baixos salários.
Acompanham ainda o mercado de trabalho brasileiro a crescente terceirização, a alta rotatividade e preocupantes números de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Outra agravante é a desindustrialização que pulveriza os melhores empregos.
O problema maior, porém, é que as tentativas de flexibilização do mundo do trabalho persistem. Desde os anos 80, assiste-se a uma ofensiva do capital frente ao trabalho. Nesse período viu-se a proliferação de modalidades que permitem contratos temporários, intermitentes, especiais, atípicos; mecanismos que facilitam a demissão; mecanismos de flexibilização da jornada de trabalho como banco de horas, trabalho aos domingos, hora extra e mecanismos de remuneração variável como a PLR.
O capital continua sua ofensiva. Está na agenda permanente do empresariado brasileiro a redução de direitos via sugestão de revisão da CLT e de medidas flexibilizadoras como, por exemplo, o projeto de Lei 4.330 que pretende regularizar o mecanismo da terceirização.
Os ganhos obtidos pelo trabalho são proporcionalmente menores do que os ganhos do capital e estão relacionados ao crescimento econômico. Sob a perspectiva, porém, da legislação do trabalho não houve alterações significativas, a maior delas foi a PEC das domésticas que tramitava há anos no Congresso.
O sentimento do movimento sindical é de que o governo poderia ter feito muito mais e contentou-se com os “efeitos colaterais” do crescimento econômico. A agenda com o empresariado sempre foi ativa, como se vê constantemente nos pacotes de ajuda ao capital produtivo.
A oferta de subsídios via BNDES tem sido generosa, sem que isso exija a contrapartida do emprego. O fato é reconhecido pelo próprio governo na fala do ministro Gilberto Carvalho: “É preciso que tenhamos um governo que não tenha apenas uma pauta permanente com o empresariado, mas também com a classe trabalhadora, e não apenas às vésperas da eleição, mas durante todo seu mandato”.
Foi esse clima de insatisfação que se viu no 1º de maio desse ano: “O governo tem obrigação de abrir um processo de negociação. Não podemos aceitar que não dê respostas à classe trabalhadora ou implemente políticas sem dialogar com as centrais”, disse Vagner Freitas, presidente da CUT.
Alertado pela própria CUT do descontentamento, o ministro de confiança de Dilma na interlocução com as centrais não foi de mãos vazias aos palanques do 1º de maio. Levou a proposta de um encontro nos próximos dias das centrais comDilma e acenou com alguns itens da pauta de reivindicações.
O aceno do governo daquilo que se dispõe negociar, entretanto, é “perfumaria”. Nos pontos nevrálgicos que indicam radical opção pelo trabalho em detrimento ao capital, nenhum avanço. É o caso da redução da jornada de trabalho, bandeira histórica do movimento operário que mesmo num governo que se autointitula de esquerda foi colocada de lado. Nem coragem de nomear uma comissão para debater o assunto o governo tem.
A pauta sugerida pelo governo é muito mais reativa à ofensiva do capital contra o trabalho do que afirmativa. Muitos dos pontos sugeridos têm a ver com negociações que visam frear medidas precarizantes do mundo do trabalho como destacado anteriormente. A pauta do governo é sintomática do conservadorismo do governo, da falta de ousadia e do medo em melindrar o capital.
CUT, por sua vez, acaba aceitando a timidez e tibieza do governo em nome do mal menor. São conhecidos os discursos de que com a direita as coisas estariam bem pior e que ao menos esse governo não criminaliza o movimento sindical. É pouco para a história de lutas que o movimento operário construiu.
Uma possível ruptura do movimento sindical com o governo está descartada. Apesar do descontentamento como se viu anteriormente, pesa mais as relações de afinidade política e ideológica. O adesismo, particularmente, da CUT ao governo não é apenas resultante das centenas de sindicalistas que ocupam espaço no poder, é sobretudo de concordância com o modelo desenvolvimentista.
É por essa razão que o dialogo, mesmo que eventualmente tenso, tem sido frequente entre o governo e as centrais. O mesmo, porém, não acontece com outros movimentos sociais. Poder-se-ia dizer que o governo “sabe” conversar com movimentos que estão na esfera produtivista-consumista, na esfera do formal, subordinada ao modelo desenvolvimentista. O governo dialoga com o movimento “branco”, mas não sabe dialogar com os movimentos “étnicos”, com os movimentos que não aceitam e resistem subordinar-se à agenda desenvolvimentista.
Ausência de diálogo
Movimento indígena: quando o diálogo se transforma em monólogo
Por ocasião do abril indígena, viu-se um governo aturdido, confuso, sem saber o que fazer e como reagir quando do cerco do movimento indígena ao Palácio do Planalto.
Como já destacamos em análise recente a dificuldade de diálogo está ligado ao fato de que os povos indígenas se transformaram num estorvo ao modelo nacional desenvolvimentista. Acabam sendo vistos como obstáculo e amarra ao livre desenvolvimento das forças produtivas.
Nesse contexto, o Estado brasileiro acaba sendo anti-indígena. Raramente recebe os povos indígenas para dialogar, opta pela judicialização da agenda indígena, e quando recebe não tem o que oferecer.
Por conta do ‘abril indígena’, o movimento lançou uma carta pública em que afirmam: "Perdemos as contas de quantas vezes em que Dilma esteve com latifundiários, empreiteiras, mineradores, a turma das hidrelétricas. Fez portarias e decretos para beneficiá-los e quase não demarcou e homologou terras tradicionais nossas. Deixou sua base no Congresso Nacional entregar comissões importantes para os ruralistas e seus aliados".
O governo recebe o capital porque ele é constitutivo ao seu modelo. Destaque-se que o modelo desenvolvimentistaquando olhado sob a perspectiva economicista é um sucesso, de fato o país cresceu economicamente e houve mobilidade social, melhoria de renda, mesmo que esse crescimento não tenha alterado substancialmente os gargalos estruturais como saúde e educação. O pronunciamento de Dilma no 1º de maio – projeto de uso de 100% dos royaltes do pré-sal para a educação deve ser lido nesse contexto.
O modelo econômico brasileiro em curso é altamente dependente da exploração de matérias-primas, em especial de commodities agrícolas e minerais. Nessa perspectiva e para viabilizar o modelo, o Estado brasileiro investe pesado em obras de infraestrutura na área de transporte e geração de energia – rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos, usinas hidrelétricas, linhas de transmissão, dentre outras. Aqui, o modelo necessita do total controle do território e na medida em que está ocupado por indígenas ou outros povos tradicionais - quilombolas, pescadores artesanais, ribeirinhas – os mesmos tornam-se um empecilho.
Logo, o diálogo com os povos tradicionais se torna anacrônico, porque o dialogo proposto pelo governo é um monólogo, ou seja, exige a subordinação ao modelo. Belo Monte, as demais hidrelétricas, a transposição do S. Francisco são decisões do Estado. Recorda-se aqui a luta travada por dom Luis Cappio e dom Erwin Kräutler. Transformaram-se em lutas quixotescas porque suas causas vão contra o modelo.
Retornamos ao ponto de início da análise. Fica claro que o governo sabe dialogar e conversar com os movimentos que pensam de forma semelhante.
Foi o que se viu nesses dias por ocasião do 1º de maio. Apesar das tensões e da postura conservadora, o governo conversou com as centrais e ajustou os ponteiros para uma mesa de negociação. O mesmo, porém, não aconteceu com outros movimentos sociais como demonstrado no ‘abril indígena’. A agenda possível do governo com os movimentos sociais circunscreve-se à sua agenda e ao seu modelo.
Conjuntura da Semana em frases
Pinça sindical
“No 1º de Maio as duas maiores centrais sindicais do país realizaram um movimento de pinça sobre o governo, obrigando-o a abrir uma frente de luta até agora evitada" – André Singer, cientista político – Folha de S. Paulo, 04-05-2013.
"Enquanto a Força Sindical levantava a bandeira do gatilho diante da inflação, a CUT forçava o Executivo a negociar em torno de problemas relativos à terceirização, alta rotatividade e formalização do emprego ou, em outras palavras, ao redor da desprecarização das condições de trabalho no Brasil” – André Singer, cientista político – Folha de S. Paulo, 04-05-2013.
Ensanduichada
“Na mesa de negociação com as centrais marcada para começar no próximo dia 14., Dilma Rousseff tende a ficar ensanduichada entre demandas por ora inconciliáveis, pois, à medida que os empresários optaram por dar prioridade à redução do custo da mão de obra, dissolveu-se o esboço de pacto que orientou o ensaio desenvolvimentista de 2011-2012. Aguardemos os próximos rounds” – André Singer, cientista político – Folha de S. Paulo, 04-05-2013.
Nada a ver
“Particularmente, acho que o governo Dilma não tem nada a ver com o trabalhador” – Paulo Pereira da Silva, deputado federal – PDT-SP e presidente da Força Sindical – O Globo, 02-05-2013.
Tensão pré-eleitoral
“Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Paulinho da Força (PDT-SP) bateram boca ontem no showmício do Dia do Trabalho. Antes de subir ao palanque, o ministro questionou a proposta de reajuste salarial trimestral do pedetista: "Isso é inconsequente. Indexação é um erro". Paulinho atacou: "O responsável pela inflação é o governo, não sou eu". Fernando Haddad (PT), que estava próximo, tentou contemporizar: "Paulinho, você não pode ser intransigente" –Vera Magalhães, jornalista – Folha de S. Paulo, 02-05-2013.
Onde pega
“O que contrariou as centrais sindicais foi o fato de Carvalho ter chamado o presidente da CUT, Vagner Freitas, ao Planalto na véspera para apresentar a proposta de mesa de negociações permanente sobre a pauta trabalhista. "A CUT não fala pelas centrais", disse Paulinho” – Vera Magalhães, jornalista – Folha de S. Paulo, 02-05-2013.
Assim não
“Informadas de que o fim do fator previdenciário e a jornada de 40 horas não estarão em discussão na rodada de conversas proposta pelo governo, outras centrais ensaiam boicote à mesa, prevista para o dia 14” – Vera Magalhães, jornalista – Folha de S. Paulo, 02-05-2013.
Demagogia
“A proposta do deputado (Paulinho da Força Sindical – PDT-SP) é um instante de demagogia política diante de um governo atônito com a alta de preços. Quando os sábios da doutora Dilma pedem a prefeitos que adiem o reajuste de tarifas para limpar a inflação do fim do mês, põem em movimento um ciclo de malandragens que desembocam em propostas como a da Força Sindical’ – Elio Gaspari,  jornalista – Folha de S. Paulo, 01-05-2013.
Carteira assinada
“Dos 6 milhões de postos de trabalho criados entre 2001 e 2011 pelos pequenos empreendedores, 95% foram formais. É o que revela a pesquisa do Ipea "Vozes da nova classe média", a ser lançada hoje, pelo ministro Marcelo Neri” –Ancelmo Gois, jornalista – O Globo, 29-04-2013.
Tudo é sorteio
“Dia do Trabalho só tinha graça quando o Lula era contra o governo! Agora é tudo sorteio. A Força Sindical vai sortear 19 carros. Não, não cabe mais! A gente vai ter que cimentar o parque Ibirapuera” – José Simão, humorista – Folha de S. Paulo, 01-05-2013.
É comigo?
“À margem das críticas das centrais ao "congelamento" da pauta trabalhista pelo Planalto, a Secretaria Sindical do PT distribuiu boletim comemorativo ao 1º de Maio em que se limita a defender a reforma política” – Vera Magalhães,  jornalista – Folha de S. Paulo, 29-04-2013.
Boca no trombone
“Sem resposta do governo sobre a pauta de 12 itens encaminhada a Dilma Rousseff ao final da marcha de março, as principais centrais sindicais transformarão o 1º de Maio em palanques hostis à presidente. Além da Força Sindical, que franqueará seu showmício a presidenciáveis da oposição e proporá reajustes salariais trimestrais contra a inflação, a CUT, até agora alinhada ao Planalto, ameaça mudar o tom, discutindo calendário de paralisações a partir do Dia do Trabalho” – Vera Magalhães, jornalista – Folha de S. Paulo, 28-04-2013.
Mais-valia
“É muita desoneração anunciada para o patrão. Precisamos pensar no trabalhador" - Vagner Freitas, presidente da CUT – Folha de S. Paulo, 28-04-2013.
Horário nobre
“Sem medidas de impacto para anunciar, Dilma Rousseff deverá fazer pronunciamento enxuto na TV por ocasião do Dia do Trabalho, enfatizando o pleno emprego e conquistas pontuais dos assalariados. Para aplacar a revolta das centrais sindicais, a presidente receberá hoje Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral). A ideia é discutir os itens da pauta trabalhista, cabendo ao ministro Manoel Dias (Trabalho) levar a posição do Planalto aos eventos festivos de amanhã, em São Paulo” – Vera Magalhães, jornalista – Folha de S. Paulo, 30-04-2013.
Que tal?
“O governo estuda propor a sindicalistas um calendário escalonado para atender duas de suas reivindicações, projetando para o pós-2014: a redução da jornada para 40 horas semanais e o fim do fator previdenciário” – Vera Magalhães, jornalista – Folha de S. Paulo, 30-04-2013.
Os pobres e a Justiça
“Da primeira para a segunda instância, às vezes há 15, 20 diferentes recursos. Qual a conclusão? Uma longa demora, é claro. Um caso envolvendo duas ou três pessoas não é concluído no Brasil em menos de cinco, sete, às vezes 10 anos, dependendo do status social da pessoa” – Joaquim Barbosa,  presidente do STF – Zero Hora, 04-05-2013.
“As pessoas são tratadas de forma diferente de acordo com seu status, sua cor de pele e o dinheiro que têm” – Joaquim Barbosa, presidente do STF – Zero Hora, 04-05-2013.
Carta
"Eu era radicalmente contra a carta (ao Povo Brasileiro, de 2002) porque ela dizia coisas que eu não queria falar, mas hoje eu reconheço que ela foi extremamente importante” – Lula,  ex-presidente da República – O Estado de S. Paulo, 04-05-2013.
Os dois PTs
“Existem dois PTs. Um é o congressual, parlamentar, o dos dirigentes. Outra coisa é o PT da base; 90% da base continua igualzinha a 1980” – Lula,  ex-presidente da República – O Estado de S. Paulo, 04-05-2013.
Pacto...
“Difícil de aceitar é a omissão do Estado brasileiro, no período do atual governo, em que a quantidade de terras demarcadas caiu drasticamente e o reconhecimento do direito à terra - não apenas para índios, mas também para quilombolas e até trabalhadores rurais - está ameaçado pelo pacto político que promove um retrocesso histórico” –Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente – Folha de S. Paulo, 03-05-2013.
Perda de sono
“A área ambiental no Estado (do RS) é feudo do PC do B, num governo do PT. Berfran Rosado é filiado ao PPS (agora MD), serviu aos governos do PMDB e do PSDB e foi candidato a vice-prefeito numa aliança com o PC do B. Nessa sopa de letrinhas, políticos de esquerda, de centro e de direita têm bons motivos para perder o sono” – Rosane de Oliveira,  jornalista, comentando as investigações da Polícia Federal sobre as fraudes ambientais – Zero Hora, 02-05-2013.
Torcida
“Eduardo Campos (PSB-PE) tem convicção de que José Serra deixará o PSDB, com chance de se lançar candidato a presidente por um novo partido, o Mobilização Democrática. É o que tem dito a interlocutores. Para ele, que é pré-candidato também, quanto mais oposição a Dilma Rousseff, melhor, para forçar um segundo turno” – Mônica Bergamo,  jornalista – Folha de S. Paulo, 02-05-2013.
Pequeno-burguês
“Dilma estava muito emocionada na reinauguração do estádio do Maracanã, sábado. Ela contou que em 1969, na clandestinidade, foi ver um jogo do Flamengo. Depois levou pito dos dirigentes pelo “comportamento pequeno-burguês” –Ancelmo Gois,  jornalista – O Globo, 29-04-2013.
Tolerância intolerável
“É perturbadora a tolerância da esquerda norte-americana para com Barack Obama no caso do fechamento de Guantánamo” – Hélio Schwartsman, jornalista – Folha de S. Paulo, 03-05-2013.
Obama e Guantánamo
“É verdade que foi Bush e não Obama quem criou essa situação, mas que ela tenha sido tolerada por um presidente supostamente liberal e que ainda por cima foi professor de direito constitucional da prestigiada Universidade de Chicago depõe contra a esquerda e a academia dos EUA” – Hélio Schwartsman, jornalista – Folha de S. Paulo, 03-05-2013.
Poder? Cadê?!
“O que não fica claro, pelo menos para mim, é por que o homem geralmente descrito como o mais poderoso do mundo não conseguiu cumprir uma de suas promessas de campanha (a primeira), que foi a de fechar Guantánamo nos seus primeiros dias de governo” – Clóvis Rossi, jornalista – Folha de S. Paulo, 02-05-2013.
Duas posturas
“São duas posturas diametralmente opostas dentro de uma mesma igreja que tem, na base, uma só ordem: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Uma quer que tudo siga como está; que, em nome da ordem natural das coisas, quem sofre siga sofrendo em silêncio e descolado da realidade que pede postura, indignação e transformação. É mais fácil, e menos perigoso, pular e sorrir cantando que os animaizinhos subiram de dois em dois na arca de Noé” – Matheus Pichonelli – Carta Capital, 30-04-2013.
Perigo
“A outra pede mudanças, aceita as liberdades e acredita, como dizia uma música estranhamente desaparecida das celebrações, que comungar é tornar-se um “perigo”; é unir-se numa “luta sofrida de um povo que quer ter voz, ter vez e lugar”. Uma música que avisava: se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão” - Matheus Pichonelli – Carta Capital, 30-04-2013.
Sem preconceito
"A essência do evangelho possui Jesus Cristo como modelo e o evangelho de Jesus Cristo foi exercido com liberdade de expressão e respeito; ele amou as pessoas sem preconceito algum e nunca condenava ou excluía alguém por ser diferente dos outros" – Roberto Francisco Daniel, padre Beto – O Estado de S. Paulo, 01-05-2013.
"A Igreja não pode achar que duas pessoas que se amam, que se respeitam e querem construir um mundo juntos, são pecadoras só porque são do mesmo sexo" – Roberto Francisco Daniel, padre Beto – O Estado de S. Paulo, 01-05-2013.
Promessas
"A excomunhão foi declarada porque ele se negou categoricamente a cumprir o que prometera em sua ordenação sacerdotal: fidelidade ao Magistério da Igreja e obediência aos seus legítimos pastores" - Juiz Instrutor - Diocese de Bauru, 30-04-2013.
1 milhão
“As estimativas falam em cerca de 1 milhão de abortos realizados na ilegalidade anualmente no país. Desse total, ao menos um quarto gera complicações que levam a internações para curetagens pós-abortamentos na rede pública. Muitas mulheres ficarão estéreis ou terão a saúde comprometida por toda a vida” – Olímpio Barbosa de Moraes Filho, professor da Universidade de Pernambuco e vice-presidente da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia no NE – Folha de S. Paulo, 29-04-2013.
Sofrimento
“O que nos parece relevante é discutir o tema com todos os setores da sociedade, para tratá-lo sem subterfúgios. É preciso encontrar o melhor caminho para impedir que a transformação do direito à vida assuma o caráter de dever de sofrimento para milhares de mulheres” – Olímpio Barbosa de Moraes Filho, professor da Universidade de Pernambuco e vice-presidente da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia no NE – Folha de S. Paulo, 29-04-2013.
Fosso nos estádios
“Pensei que não ia mais ter esse vergonhoso fosso nos estádios. O Mineirão está lindo, mas o fosso parece coisa para conter animais” – Paulo Betti, no Facebook, sobre os estádios da Copa do Mundo de 2014 – O Globo, 26-04-2013.
Dribles e não desvios
“Parece bom momento para se pensar na troca imediata do nome oficial do Engenhão. Hoje interditado pela prefeitura do Rio, o Estádio Olímpico João Havelange poderia passar a Estádio Mané Garrincha. Que um dos mais belos estádios brasileiros guarde em suas curvas a memória dos dribles do craque e não dos desvios do cartola. Seria chegar ao justo por vias tortas” – Paula Cesarino Costa,  jornalista – Folha de S. Paulo, 02-05-2013.
4 marchas
“Hoje tem Fórmula Indy em São Paulo. A Indy é o sonho de todo paulistano: poder correr na marginal. Porque na marginal só se usam quatro marchas: parado, paralisado, ponto morto e puto da vida” – José Simão, humorista – Folha de S. Paulo, 04-05-2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário