sexta-feira, 13 de abril de 2012

gravidez funeral

http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2012/04/foi-uma-gravidez-funeral-diz-avo-de-bebe-anencefalo-que-morreu-em-mt.html


12/04/2012 07h00 - Atualizado em 12/04/2012 07h00
'Foi uma gravidez funeral', diz avó de bebê anencéfalo que morreu em MT

Menina de oito meses nasceu nesta quarta (11) e ficou viva por um minuto.
Família buscou na Justiça liberação da interrupção da gravidez.

Kelly MartinsDo G1 MT
344 comentários
Avó de criança diz ser lamentável morte de bebê e contesta decisão da Justiça (Foto: Kelly Martins/G1)Avó de criança diz ser lamentável morte de bebê e
contesta decisão da Justiça (Foto: Kelly Martins/G1)
A avó da recém-nascida que nasceu com anencefalia (sem cérebro) e acabou morrendo na tarde desta quarta-feira (11) em Cuiabá, Dalete Soares de Souza, declarou ao G1 estar abalada com a morte da neta e reclama que a filha dela gerou uma “gravidez funeral”. A jovem Brendha Soares, de 19 anos, foi fazer um exame de rotina em um hospital particular da capital e acabou dando à luz uma menina que ficou viva por apenas um minuto.
“É lamentável o que ocorreu. Minha filha sofreu muito na gestação com várias complicações de saúde. Ela praticamente sabia que estava gerando uma gravidez funeral”, avaliou. A recém-nascida tinha quase oito meses de gestação e morreu às 14h .
A mãe da menina continua internada e, conforme a família está em estado febril por ter tido algumas complicações durante o parto sem previsão de alta. A avó da criança, Dalete Soares, contou que acompanhou toda a gravidez da filha e relatou que ela sentia muitas dores e sangramentos, sendo necessário ser encaminhada ao hospital.
Em dezembro do ano passado, a família buscou na Justiça pela liberação da interrupção da gravidez por conta dos riscos na saúde que a mãe da criança estava sofrendo. No entanto, a ação protocolada na Comarca de Várzea Grande, região metropolitana da capital, foi indeferida.
O advogado da Família, Vilson Nery, explicou que interpôs recurso contra a decisão, mas que ainda não foi julgado. Para ele, o principal objetivo era preservar a vida da mãe do bebê, que corria sérios riscos de morrer.
Pai de recém-nascida torce para a recuperação da esposa (Foto: Kelly Martins/G1)Pai de recém-nascida torce para a recuperação da
esposa (Foto: Kelly Martins/G1)
Nesta quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento que pede a liberação do aborto de feto sem cérebro. No entanto, acabou sendo suspensa a sessão de julgamento após o voto de seis ministros.
O pai do bebê, o estudante Ernandes Kraieske Rodrigues, de 23 anos, declarou ao G1 que se sente violado com a decisão da Justiça e observa que a tristeza que a família está sentindo neste momento poderia ser evitada. “É muito sofrimento e muita dor. Sentimos isso durante os oito meses de gestação para a minha filha acabar morrendo e eu quase perder também minha esposa”, frisou.
O jovem disse ainda que a Justiça foi “injusta” e que agora aguarda a recuperação da esposa. O casal tem uma filha de três anos de idade e, segundo Ernandes, o sonho de ter mais um filho não acabou. “Vamos tentar superar toda essa tristeza. Mas, apesar de tudo, não desisti de ter outro filho”, finalizou. O funeral do bebê será realizado na manhã desta quinta-feira (12) em Várzea Grande.

Nenhum comentário:

Postar um comentário