sábado, 16 de julho de 2011

DHT-betinho



imagem: sailor 75

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Um dia a vida surgiu na Terra


A Terra tinha como a vida um cordão umbilical.
A vida e a Terra. A Terra era grande e a vida pequena. Inicial.
A vida foi crescendo e a Terra ficando menor, não pequena.
Cercada, a Terra virou sorte de alguns e a desgraça de tantos.
Na história foi tema de revoltas, revoluções, transformações.
A Terra e a cerca.

Muitas reformas se fizeram para dividir a Terra, para torná-la de muitos e, quem sabe, até de todas as pessoas. Mas isso não aconteceu em todos os lugares. A democracia esbarrou na cerca e se feriu nos seus arames farpados. O mundo está evidentemente atrasado. Onde se fez a reforma, o progresso chegou. Mas a verdade é que até agora a cerca venceu, o que nasceu para todas as pessoas, em poucas, em poucas mãos ainda está.

No Brasil, a Terra, também cercada, está no centro da história. Os pedaços que foram democratizados custaram muito sangue, dor e sofrimento.
Virou poder de Portugal, dos coronéis, dos grandes grupos, virou privilégio, poder político, base da exclusão, força de Apartheid.

Nas cidades, virou mansões, favelas. 
Virou absurdo sem limites, tabu.
Mas é tanta, é tão grande, tão produtiva, que a cerca treme, os limites se rompem, a história muda e ao longo do tempo, o momento chega para pensar diferente: 
a Terra é bem planetário, 
não pode ser privilégio de ninguém, 
é bem social e não privado, 
é patrimônio da humanidade,
e não arma de egoísmo particular de ninguém.
É para produzir, gerar alimentos, empregos, viver.

É bem de todos para todos.
Esse é o único destino possível para a Terra.

Hebert de Sousa (Betinho)
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